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Sou capaz de conhecer os algarvios errados

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“É possível reduzir em 50%  o valor das portagens”. A frase foi proferida por José Apolinário, cabeça-de-lista do PS pelo Algarve, na campanha eleitoral para as legislativas.

Entretanto, os portugueses foram a votos, o PS perdeu, mas um golpe de mágica de António Costa levou o partido da rosa ao poder.

Já lá vão quase cinco meses desde que, visivelmente contrariado e com cara de enterro, Cavaco Silva lhe entregou o cargo de primeiro-ministro. Cinco meses, não cinco dias. E o valor das portagens não desceu nem sequer cinco por cento ou cinco cêntimos quanto mais 50 por cento. Acho que já era tempo de José Apolinário – entretanto, promovido a secretário de Estado das Pescas – e o PS nos virem dizer o que é que se passa.

 

Um monte de sucata em frente a um centro de congressos

A Câmara de Lagoa é, desde as últimas autárquicas, governada pelo PS. Tem beneficiado dos milhões deixados pela anterior gestão de tio Patinhas do PSD para fazer umas flores e ir financiando uma série de eventos.

A maior parte deles tem por palco o Centro de Congressos do Arade, no Parchal, a principal sala de espectáculos do concelho, situada a dois passos do rio, de Portimão e de uma futura marina. Estava tudo planeado para que a zona se transformasse num dos principais cartões de visita do concelho.

Mas, desde há umas semanas, quem passa por ali depara-se com um panorama muito diferente. A GNR lavrou o terreno situado em frente, deu-lhe maior visibilidade e dele fez um depósito a céu aberto de todos os carros apreendidos na região, a maior parte deles, autênticas sucatas.

Parece que o presidente da Câmara de Lagoa protestou. Não se sabe se baixinho ou muito alto. O que se pode constatar é que foi vencido, pois o Governo socialista, que é suposto mandar na GNR, não o ouviu. Ou fingiu que não o ouviu. Ou ouviu e disse não.

Os casos das portagens e da sucata no Parchal – para além da questão dos hospitais, em que, no essencial, está tudo, praticamente, na mesma – vêm provar, mais uma vez, aquilo que há muito já se sabia: que os políticos algarvios não têm força nenhuma perante os de Lisboa.

 

Quando não sabem o que dizer, os políticos algarvios falam de regionalização

Sei que o texto já vai mais longo do que o habitual, mas ainda deixo aqui uma palavrinha sobre o PSD.

O seu líder distrital, David Santos, foi ao Congresso do partido e botou faladura. E qual o candente tema que escolheu para subir à tribuna? A regionalização. A sério, David Santos, a regionalização? Não encontrou nada de mais interessante?

Eu não sei com que algarvios David Santos costuma dar-se. Aqueles com que eu falo – e ainda são uns quantos – andam um bocado preocupados com o desemprego, a saúde, a falta de dinheiro no bolso e em como fugir às filas na EN 125. Não me lembro de apanhar um deles a falar de regionalização e, muito menos, a defendê-la. Suspeito até que não fazem a mínima ideia que raio é isso.

Mas, se calhar, conheço os algarvios errados. Os outros, tal como o líder do PSD/Algarve, devem levantar-se todos os dias da cama a clamar pela imediata regionalização do país.

(Opinião, Jorge Eusébio)

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