Manuel Teixeira Gomes, o presidente escritor
Em 27 de Maio de 1860 nasceu aquele que se tornaria o filho mais famoso de Portimão: Manuel Teixeira Gomes.
Filho de um comerciante abastado, teve meios financeiros para desenvolver uma vida boémia em Coimbra, Lisboa e, posteriormente, no Porto. Cedo troca o curso de Medicina pela paixão pelas artes, em especial, a literatura, a pintura e a escultura.
Convive com alguns dos maiores vultos intelectuais do seu tempo e começa a dar os primeiros ‘passos’ no mundo da escrita, através de colaborações em alguns jornais.
Regressa ao Algarve, ajuda no negócio da família e, por volta de 1891, começa a viajar pela Europa, África e Oriente à procura de mercados para os produtos – especialmente, amêndoa e figo – que o seu pai produzia.
A paixão pela literatura não havia esmorecido e, em 1899, incentivado por alguns dos seus amigos intelectuais, publica o seu primeiro livro, O Inventário de Junho, a que se seguem diversas outras obras, como Cartas sem Moral Nenhuma, Agosto Azul, Sabrina Freire, Desenhos e Anedotas de João de Deus e Gente Singular.
Com a implantação da República é convidado para exercer o cargo de ministro de Portugal em Londres. Chega à capital inglesa em 1911 para defender o sistema republicano junto de Jorge V.
Durante um breve período, em 1919, exerce funções diplomáticas em Madrid mas logo regressa a Londres, onde se mantém até ser nomeado delegado de Portugal junto da Sociedade das Nações.
A forma como desempenha estes cargos leva a que, a pouco e pouco, comece a ganhar apoios e crescente peso e importância política. Isso leva a que, em 6 de Agosto de 1923, seja eleito Presidente da República, cargo de que toma posse em 5 de Outubro do mesmo ano.
Os dois anos e dois meses seguintes seriam, seguramente, os mais duros e desesperantes que Manuel Teixeira Gomes enfrentou. A agitação política que se vivia no país não lhe dava um minuto de descanso ou tranquilidade, levando-o a tentar, sem sucesso, ir apagando os fogos que dia-a-dia se acendiam.
Ao longo deste período, uma das principais actividades do presidente era o de dar posse e, poucos meses depois, aceitar a demissão dos sucessivos chefes de governo. Esgotado de tanta crise e sem ter poderes para lhes colocar fim, Manuel Teixeira Gomes acabaria por resignar ao em 11 de Dezembro de 1925.
Os resto dos seus dias seriam passados fora do país, em Bougie, na Argélia, onde morreu em 18 de Outubro de 1941. Os seus restos mortais seriam trasladados para o cemitério de Portimão em 16 de Outubro de 1950.
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