Os mil dias que Isilda Gomes passou a pagar dívidas da Câmara de Portimão
Até esta altura, a vida da presidente da Câmara de Portimão foi, basicamente, pagar dívida. Agora, Isilda Gomes diz que está na altura de concretizar investimentos de que o concelho está necessitado.
“Gestão rigorosa e transparente”. É assim que a autarca olha para os primeiros mil dias do seu mandato, que se completaram nesta Quarta-feira, 6 de Julho.
Em termos financeiros, garante ter arrumado a casa e conseguido os “melhores resultados dos últimos dez anos: 8,1 milhões de euros positivos em 2015”. Ainda assim, “conseguimos pagar um milhão de euros de dívida por mês e ficar com menos um credor por dia”.
Relativamente aos fornecedores, Isilda Gomes diz que as dívidas estão quase todas liquidadas, o problema agora é arranjar forma de resolver os problemas com a banca. A verba a pagar ascende a cerca de 140 milhões de euros, com a agravante de ser, na sua esmagadora maioria, dívida de curto prazo.
A solução que encontrou para aliviar o fardo foi recorrer ao Fundo de Apoio Municipal (FAM) e, por essa via, obter, junto do Estado, um empréstimo de longo prazo, que pode ir até aos 142 milhões. O pedido já seguiu para o Tribunal de Contas (TC) que, há dias, solicitou elementos adicionais à autarquia.
E se o pedido não for aprovado? Essa é uma questão que Isilda Gomes não coloca em cima da mesa. Está perfeitamente convencida que o visto do TC vai aparecer, embora admita que possa não abranger toda a verba pedida.
Mas não vai esperar pela decisão do tribunal para avançar com investimentos que entende serem necessários para o concelho, em especial, no espaço público. Já foi adjudicada uma empreitada para a repavimentação de estradas e ruas do concelho, uma outra para a requalificação dos espaços verdes e, na conferência de imprensa de balanço dos mil dias de mandato, a autarca disse querer avançar com mais uma série de intervenções de alguma dimensão até ao final do mandato.
Uma delas é a construção de uma nova gare rodoviária, que vai custar cerca de 150 mil euros. Outro dos projectos é o de um novo cemitério. A construção de duas novas rotundas, a recuperação de espaços verdes e as requalificações do Jardim 1º de Dezembro, do Largo da Igreja Matriz e do edifício da antiga Lota são outras das intervenções que estão na calha.
Todas para seguir em frente numa altura em que já se vislumbram as próximas eleições autárquicas, o que vai fazer com que surjam acusações de eleitoralismo. Algo que, garante a autarca, “não me incomoda absolutamente nada”.
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