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“Deixei de acreditar na regeneração da classe política”

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José Mendes Bota foi o último convidado da Arandis Editora para participar no espaço Conversas com Autores, que vem animando a Feira do Livro de Portimão, desde 18 de Julho.

Mendes Bota falou dos seus livros e da sua passagem pela música, mas não deixou de lado a sua experiência política, que começou na Câmara de Loulé e, mais tarde, passaria pela Assembleia da República, Parlamento Europeu e Conselho da Europa.

Onde esteve mais tempo foi no Parlamento, cerca 24 anos, “uma vida”. Saiu em 2014, desiludido com muito do que lá viu e, agora, desabafa que “deixei de acreditar na regeneração da classe política”. Não acredita que, por exemplo, “eles consigam acabar com o conflito de interesses, com a duplicação de actividades”.

Mendes Bota diz que há deputados que, ao mesmo tempo, “estão em gabinetes de advogados a fazer o trabalho que deviam fazer na Assembleia da República e a ganhar em 2, 3 ou 4 carrinhos”. Enquanto foi presidente da Comissão de Ética do Parlamento “bati-me contra isso, tive lutas lá dentro que vocês nem acreditam”.

Bateu-se também pela redução do número de parlamentares, pois “acho que não fazem falta 230 deputados, 150 bastavam, quanto muito, 170”. Mas está convencido que os partidos não querem reduzir o número de deputados, tal como não querem avançar para os círculos uninominais e, muito menos, implementar a regionalização.

Por isso, acabou por decidir abandonar o Parlamento, em 2014, embora, de alguma forma, se tenha mantido na política. Foi trabalhar para o gabinete do comissário Carlos Moedas, na Comissão Europeia e, entretanto, concorreu a um cargo numa delegação da Comissão Europeia junto do Conselho da Europa. Ganhou e passou a ser o nº2 daquele organismo.

Mostra-se muito satisfeito com o trabalho realizado, que está relacionado com a actualidade e os grandes temas políticos da Europa. A sua perspectiva é de por lá ficar quatro anos, se entretanto, não resolver vir embora, pois, confessa, “é cada vez mais difícil deixar o Algarve”.

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