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A plataforma dos dissidentes

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Um novo movimento pode vir a concorrer às próximas eleições autárquicas, em Lagos. Trata-se de uma plataforma composta por políticos descontentes ou sem espaço nos seus partidos, aos quais podem juntar-se alguns empresários.

A cerca de um ano de distância, começam a sentir-se as primeiras movimentações em torno de umas eleições que vão estender-se do litoral ao interior.

Por serem as de maior proximidade, são as que mexem com cada localidade e que fazem emergir as mais diversas personalidades pelas metrópoles adiante ou em qualquer outro recanto por mais distante que seja. Com cada um à procura de algum protagonismo, mas sempre sob a capa de um certo altruísmo, o território começa a encher-se de possíveis candidatos que tudo fazem para poderem figurar nas listas que os poderão catapultar a um qualquer cargo autárquico.

Até um certo dia, só os partidos tinham a hegemonia de poderem concorrer e de dominar uma eleição tão próxima da população. E, embora a abertura e a participação, fizessem parte do vocabulário partidário, demorou tempo até o mundo político começar a abrir-se e a criar a possibilidade de os cidadãos poderem participar sem a obrigatoriedade de se filiarem em qualquer partido que lhes desse a mão ou em que a sua militância já tivesse tradição. A possibilidade dada aos cidadãos independentes de poderem concorrer foi um passo em frente nesta democracia que teima em adormecer à sombra das forcas políticas dominantes.

Mas, apesar das candidaturas independentes serem um passo em frente no nosso sistema partidário, há sempre formas de as diminuir e de lhes retirar alguma verdade ou, então, de lhes roubar a sua autenticidade. Este panorama começa a surgir quando os descontentes dos partidos ou os que, no seu interior, foram preteridos, se vêm acoitar à sombra dos independentes para tentar obter esse lugar que, dentro de portas, não conseguiram alcançar.

 

Movimentações na política local 

É o que está a acontecer com algumas movimentações que, por terras de Lagos, se preparam para defrontar as próximas eleições à autarquia lacobrigense. Com a designação de “plataforma”, a si estão a confluir muitos dissidentes que não estão contentes com as forças políticas em que militam ou militavam. E esta espécie de alfobre de descontentamento, além de políticos, consegue chamar e congregar em torno de si, mesmo a título informal, algum do nosso tecido empresarial. De entre os empresários que se estão a movimentar, poder-se-à contar com alguns relacionados com a MULTI-SERVIÇOS. Mas também alguns sectores da construção se lhes parecem juntar enquanto, também à cautela, vão fazendo a sua avaliação.

Mas, para além de apoios e de incentivos a prosseguir, estão as personalidades que começam a aderir. E o nome mais sonante, mais falado e que vai sendo divulgado, em jeito de cabeça da plataforma, é o de Nuno Marques que, por esta via e como se vê, se terá de desvincular do seu PSD.

Como a plataforma está a transformar-se num movimento de diversidade, também o PS, através de António Marreiros, não será propriamente novidade. O seu entusiasmo é evidente quando fala de Nuno Marques e do abraço a este projecto. Outro nome falado é o de Pedro Cruz já habituado a percursos como este. Basta recordar que, depois do PS, já foi parar ao movimento Lagos com Futuro. Também tem sido badalado o de Alberto Baptista. Mas este para se dizer que bem tem arrastado a asa em torno da plataforma. Mas a sua passagem do PS para o CDS e o facto de não ter representado qualquer valor acrescentado, retira-lhe qualquer valia política. E, por isso, pese embora todas as suas movimentações e todo o seu envolvimento, o seu esforço não tem tido qualquer acolhimento.

E com a plataforma em constante movimento e já com nomes que lhe começam a dar visibilidade, é natural que se vá alargando, chamando a si outras personalidades e contactando com a população para, além da sensibilização necessária, começar a criar as condições para a recolha das assinaturas indispensáveis a um processo como este. Se a marcha continuar e se não tropeçar em algum percalço do seu percurso, Serafim Ramos, um dos seus mentores, verá o seu esforço recompensado e ainda mais se for coroado com a eleição de algum vereador à Câmara de Lagos.

 

Obstáculos pelo caminho

Mas como em política nem tudo são rosas, também os pedregulhos se começam a atravessar e a criar os maiores obstáculos logo no processo de formação e ainda bem longe de qualquer campanha ou mesmo de uma possível eleição. É o que parece acontecer com a possibilidade de Nuno Marques poder vir a gerir o PDM (Plano Director Municipal) de Lagos. Essa possível gestão inviabilizaria, pela certa, a sua participação como número um nas listas da plataforma. É o que muitas vezes acontece e os caminhos que o diabo tece nos recantos da política.

Outras movimentações, dentro e fora dos partidos, começam a preparar-se. E uma delas, a de Lagos com Futuro, resta saber se é ou não para continuar. Mas, no que a outras forças políticas diz respeito, haverá tempo para analisá-las, para acompanhá-las e, se possível, para penetrar no seu interior. Outras crónicas, de igual teor sobre a política de Lagos, são para continuar. E, em apontamentos como este, Lagos com Futuro, bem como as forças políticas tradicionais merecerão também a nossa atenção em escritos adicionais. Para já, foi a plataforma que decidimos acompanhar e cujos dados decidimos partilhar com todos os nossos leitores.

(Opinião – Guedes de Oliveira)

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