Monumento algarvio na lista dos que passam para mãos privadas
O Forte de S. Roque (Meia Praia) de Lagos pode vir a ser gerido por entidades privadas, no âmbito do programa Revive, que abrange um total de 30 monumentos de todo o país.
Este programa é uma iniciativa conjunta dos Ministérios da Economia, da Cultura e das Finanças, que abre o património ao investimento privado para desenvolvimento de projectos turísticos.
O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, disse, na apresentação do Revive, que esta é uma forma de “tornar esse património sustentável através de uma rentabilização, de modo a que, em vez de ser um custo, possa ser algo que traz mais valor a Portugal e ajude a criar emprego e a afirmar o País como um destino turístico.”
A entrega da gestão destes monumentos a privados será feita através de concursos públicos para o desenvolvimento de projectos turísticos no seu interior. Essas entidades podem candidatar-se a programa financeiro específico no valor de 150 milhões de euros destinado a alavancar o investimento relativamente a todo o projecto, promovido pelo Turismo de Portugal.
Numa primeira fase avançam 11 imóveis, nenhum deles algarvio. Mas, na lista dos 30 que tem sido divulgada pela comunicação social, encontra-se o Forte de S. Roque (Meia Praia), de Lagos, que deverá ser integrado neste programa numa segunda fase.
Esta decisão do Governo está a contar com a oposição de um dos partidos que o apoia no Parlamento, o PCP, que não concorda com a passagem de património público para mãos privadas.
Os comunistas contestam, especialmente, a inclusão nesta lista da Fortaleza de Peniche que, como se sabe, funcionou, no antigo regime, como prisão política, tendo pelas suas celas passado muitos militantes seus, incluindo Álvaro Cunhal, protagonista, juntamente com vários outros comunistas, de célebre fuga de 1960.