Realojamento polémico gera preocupação e leva à criação de uma ‘Plataforma Cívica’
A comunidade das Ferreiras tem vivido, nos últimos tempos, “momentos conturbados e de preocupação”. Um ambiente que resulta da forma como se tem desenvolvido o Projecto de Inserção – Aldeia do Sanacai que é promovido pela Misericórdia de Albufeira.
Pelo menos, é isso que se pode ler numa carta aberta dirigida ao presidente da Câmara de Albufeira, escrita por cidadãos daquela localidade, que se uniram e formaram a Plataforma Cívica – Ferreiras +.
Muita desta preocupação, acrescenta-se, “foi criada, no nosso entender, pela ausência de informação sobre o projecto em si, de modo a população das Ferreiras (freguesia que iria acolher a comunidade em causa) ser parte activa no referido projecto.”
Estes cidadãos mostram-se desiludidos com a actuação dos políticos locais ao longo deste processo. Dizem mesmo que falharam “uma das obrigações principais dos órgãos de soberania locais, que é a defesa dos interesses comuns dos cidadãos, acesso a informação atempada, e acima de tudo, cumprimento da lei”.
Daí resultou “a necessidade de criar uma voz supra-partidária que não seja mais do que a defesa dos direitos da população da freguesia de Ferreiras e do seu tecido empresarial, numa perspectiva de defesa do desenvolvimento da mesma”, o que teve como consequência o surgimento desta Plataforma.
O seu objectivo concreto é constituir-se como “elo de ligação entre a população e o poder local” e, em colaboração com todas as partes envolvidas, “criar as condições necessárias para que o Projecto Aldeia do Sanacai seja um sucesso.”
Desde já, esta Plataforma manifesta-se contra a escolha do terreno na Malhada Velha para reinstalar a comunidade que, actualmente, vive em barracas numa zona situada junto da Marina de Albufeira. Isto porque o terreno em causa está inserido na Reserva Agrícola Nacional, na faixa de protecção da A22, é contíguo à Estrada Municipal N269 (Estrada das Assumadas) e ao IC1 e encontra-se numa zona condicionada pelo Plano Director Municipal (PDM) de Albufeira;
Na opinião deste grupo, a maioria dessas condicionantes acaba por resultar numa “falha grave de segurança da comunidade a ser integrada, que consideramos não estar a ser salvaguardada.”
Recorde-se que este projecto de integração é promovido pela Santa Casa da Misericórdia de Albufeira. O terreno inicialmente escolhido para instalar aquela comunidade situava-se no Escarapão, tendo, mais tarde, a instituição decidido instalá-la num outro localizado perto da Malhada Velha.
Leia também:
Misericórdia de Albufeira diz que a comunidade cigana está “motivada para a mudança”
Realojamento polémico segue para a Assembleia Municipal
Subscreva a nossa Newsletter