Câmara de Lagos vai analisar a concessão a privados do Forte da Meia Praia
A Câmara de Lagos deverá analisar, numa próxima reunião do seu executivo, a questão da concessão a privados do Forte de S. Roque (Meia Praia) de Lagos.
Recorde-se que este monumento faz parte de uma lista de 30, em todo o país, cuja gestão o Governo quer entregar a privados, no âmbito do programa Revive. A autarquia deverá, no entanto, fazer questão de se pronunciar sobre o assunto.
É que está em causa um monumento que, embora muito degradado, tem alguma importância histórica e está classificado como Monumento de Interesse Público.
Construído, muito provavelmente, na segunda metade do século XVII, estava integrado numa rede de equipamentos de âmbito militar que tinham como objectivo a defesa da região contra potenciais invasores, piratas e corsários.
O Forte acabaria, no entanto, por ser vítima não de qualquer força humana inimiga, mas do grande terramoto de 1755, que o deixou em muito mau estado, tendo necessitado de obras de reconstrução que se arrastaram no tempo. A partir daí, nunca mais o equipamento recuperou a importância que chegou a ter, em determinados períodos da nossa história.
O Forte ainda fez parte do património da Câmara, que acabaria por cedê-lo, no século XIX, ao poder central. Nos tempos mais recentes, já houve várias tentativas de obter a sua devolução. Há cerca de dois anos, a autarquia voltou à carga, e um dos argumentos que apresentava era não haver prova documental de que alguma vez os órgãos municipais tenham, efectivamente, tomado a decisão de passar o Forte para a esfera do poder central.
Na altura, a autarquia manifestava-se contra o estado de abandono e degradação do monumento e assumia a intenção de, uma vez na sua posse, transformá-lo num núcleo museológico ou num centro de actividades ambientais.