Saúde algarvia anda doente
Primeiro, foi o período de graça para o novo ministro da Saúde.
O presidente do conselho de administração do Centro de Administração do Algarve (CHA) Pedro Nunes foi dispensados dos seus serviços, o que animou todos os que o contestavam.
Acordos com hospitais de outras zonas do país para minorar a falta de especialistas na região davam a esperança de que, aos poucos, as coisas estavam a melhorar. Entretanto, foram lançados concursos para admissão de mais médicos, mas muitos ficaram desertos.
O tempo foi passando e a convicção generalizada é que nada de relevante mudou para melhor na prestação de cuidados de saúde na região. Surgem notícias de que nas extensões e centros de Saúde, a falta de profissionais de saúde é alarmante e que até houve casos em que as consultas foram dadas com chapéus de chuva na mão.
Igualmente se ficou a saber que nos hospitais, em especial no de Portimão, há situações inimagináveis.
De forma que o ano entra na sua recta final com o Ministério da Saúde sob um coro de críticas. A paciência parece ter-se esgotado e nem mesmo os autarcas do Partido Socialista escondem a desilusão. Joaquina Matos, de Lagos, pede mais profissionais para o hospital local e Francisco Martins, de Lagoa, sente-se na necessidade de fazer um comunicado a denunciar a alarmante falta de profissionais de saúde no seu concelho.
Em Portimão, sucedem-se na Assembleia Municipal, as moções – aprovadas – a exigir mudanças e o chefe de bancada socialista mostra-se um dos parlamentares mais críticos. A presidente da Câmara local, Isilda Gomes, que tanto criticou Pedro Nunes, também assume que as coisas não estão a resultar e vem para a praça pública dizer que disse isso mesmo ao ministro, que, por seu lado, lhe garantiu mudanças substanciais.
Balanço, portanto, claramente negativo para o sector da Saúde na região algarvia.
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