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O homem que conseguia levar o povo às assembleias políticas

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(3ª parte de uma reportagem originalmente publicada no Portimão Jornal, que pode ler na versão impressa ou online, aqui. Pode também ler a 1ª parte aqui e a 2ª aqui).

A política local foi outra área que Mário de Freitas experimentou. Em representação do PSD foi eleito para as assembleias de freguesia, primeiro, de Portimão e, depois, de Alvor. Aí conseguiu a proeza de, em muitas sessões, ter casa cheia, graças à forma como mobilizava a população.

Não era um objetivo fácil de atingir pois “já nessa altura muito pouca gente acreditava na política”. Para além disso fazia parte da oposição num concelho em que o PS era, desde sempre, o partido dominador.

Mário de Freitas verificou que nas periferias de Alvor havia muito por fazer. Lembra-se que “algumas vias de comunicação eram autênticos caminhos de cabras e quando chovia havia muitas pessoas que praticamente ficavam presas nas suas habitações pois os terrenos à volta inundavam”.

Zonas situadas a poucos quilómetros do centro não tinham eletricidade, o sistema de recolha de lixo era deficiente, havia ruas sem nome e casas sem número de polícia, o que fazia com que os seus habitantes tivessem de percorrer longas distâncias só para ir buscar o correio.

Na sua qualidade de membro da Assembleia de Freguesia resolveu ‘agarrar’ nesses temas e tentar fazer com que quem mandava os resolvesse. É claro que, na maior parte das vezes, aquilo que alguém da oposição diz acaba por, na prática, ser irrelevante, teria muito mais força se a sala estivesse cheia de gente.

Daí que cerca de uma semana antes de cada assembleia “ia, de porta a porta, dizer às pessoas que levaria à sessão seguinte um determinado assunto do seu interesse e convidá-las a participar na assembleia, no período de intervenção dos cidadãos”. E assim aconteceu muitas vezes, para visível embaraço da bancada socialista.

Só que, entretanto, o seu relacionamento com o PSD foi-se degradando, por considerar que não estava a ter o apoio que se justificava da parte do partido. Ao saber disso, o PS convidou-o para fazer parte, como independente, das suas listas, o que acabou por acontecer, tendo, no mandato 2009/13, sido presidente da Assembleia de Freguesia, em representação daquele partido.

Mais tarde, esteve a um passo de ir parar à Câmara, uma vez que estava colocado em 4º lugar da lista de Isilda Gomes, mas acabou por não ser eleito.

Da sua passagem pela política diz guardar, sobretudo, boas recordações dos problemas que ajudou a resolver enquanto esteve na Assembleia de Freguesia de Alvor, pois “quem passa hoje nas zonas das Alagoas, Montes de Alvor, Dourada e outras zonas da freguesia depara-se com um panorama muito diferente, para melhor, do que existia nessa altura”.

(3ª parte de uma reportagem originalmente publicada no Portimão Jornal, que pode ler na versão impressa ou online, aqui. Pode também ler a 1ª parte aqui e a 2ª aqui).

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