Cultura

A história da associação que inventou a Rota do Petisco

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(1ª parte de uma reportagem sobre os 10 anos de existência da Teia D’Impulsos que também está disponível no Portimão Jornal, na sua edição em papel ou online, aqui)

Leia aqui a 2ª parte da reportagem

A iniciativa de criar a Teia D’Impulsos partiu de “um grupo de amigos, que queria colocar em prática algumas ideias e projetos, numa altura em que não havia muita coisa interessante no concelho”, diz o seu presidente, Luís Gonçalves.

E foi logo no primeiro ano de atividade que se avançou com uma iniciativa que haveria de tornar-se uma das suas imagens de marca mais fortes, graças ao sucesso que teve: a Rota do Petisco.

Curiosamente, recorda, foi uma ideia que resultou de uma deslocação a Espanha, por parte de um dos elementos da associação, Nuno Vieira. Aí participou na Rota das Tapas e achou que seria um bom conceito para ‘importar’.

Uma vez aprovada a sugestão, a equipa saiu para a rua, com a missão de convencer o maior número possível de empresários da restauração a ‘embarcar’ no projeto. Talvez por na altura se estar a atravessar uma fase de grande crise económica, a adesão foi relativamente fácil e na edição inaugural já participaram 31 estabelecimentos.

Entre as dúvidas e a ‘invasão’

Contudo, nem todos estavam convictos de que o evento ia ser um sucesso. Luís Gonçalves lembra-se de, na véspera do arranque, uma empresária da cidade se mostrar muito cética em relação à possibilidade de um número relevante de pessoas aderir à iniciativa.

Mas, no dia seguinte, “ligou-nos, muito aflita, a dizer que tinha uma autêntica ‘invasão’ de clientes à porta do seu restaurante para participar na Rota e que não estava preparada para receber tanta gente”.

O que acontece é que “como ainda não conheciam o conceito da Rota, as pessoas acharam que tinham de começar pelo estabelecimento que estava referenciado como o número 1, que era o dessa empresária. Deslocámo-nos lá e explicámos que não havia uma ordem pré-definida e que podiam ir a qualquer um dos estabelecimentos que constavam da lista”.

O sucesso inicial continuou ao longo dos anos, ao ponto de, a partir de certa altura, “começarmos a receber pedidos para alargar a Rota a outros concelhos”. Isso acabou por ser feito, contra a vontade de alguns participantes de Portimão que “receavam perder clientela por passar a haver mais oferta”.Um receio que acabou por se revelar infundado, pois “embora algumas pessoas do concelho também começassem a dar um saltinho a restaurantes de outros concelhos, houve muito mais gente de fora de Portimão que aqui veio”.

Impacto económico superior a 4 milhões de euros

No final de cada Rota do Petisco, diz o diretor-executivo da Teia D’Impulsos, Luís Brito, “fazemos inquéritos e pedimos às pessoas para nos darem a sua opinião sobre como a edição correu e sugestões para, eventualmente, serem incorporadas nos anos seguintes”.

Esse feedback tem contribuído para a evolução do evento e a integração de outras Rotas paralelas e complementares, de que se destaca a Solidária, que consiste na entrega do valor da compra do Passaporte a instituições de apoio social.

Ao longo dos últimos seis anos, dizem os dois dirigentes da Teia, com visível orgulho, “conseguimos, por esta via, angariar 126.000 euros e apoiar um total de 63 projetos sociais”.

Também muito positivo é o balanço que fazem relativamente a dois dos principais objetivos iniciais: trazer as pessoas para a rua e apoiar a economia local. Ao longo de uma década foram servidos mais de milhão e meio de petiscos, o que teve um impacto económico direto superior a 4 milhões de euros.

Nesta altura já se prepara a 11ª edição da Rota do Petisco que deverá abranger 11 concelhos. Até ao final do mês estão abertas as inscrições dos estabelecimentos e o evento decorrerá entre os dias 10 de setembro e 10 de outubro.

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