Os esquemas mais usados para burlar idosos

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São muitos os recursos, expedientes e técnicas a que os ‘amigos do alheio’ jogam mão para tentar burlar a população sénior.

A forma como se deve evitar cair no ‘conto do vigário’ foi um dos temas abordados no decorrer da sessão de sensibilização “Prevenção na Idade Maior”, levada a cabo pela Associação Cultural e Recreativa Alvorense 1.º de Dezembro (ACRA).

Um dos intervenientes foi o Cabo Miguel Ramos, da GNR, que deu conselhos aos presentes sobre o que devem fazer para não serem alvo de burlas.

Uma das técnicas mais usadas, alertou, é a troca de notas que, supostamente, vão sair de circulação.

Um episódio do género ocorreu há relativamente pouco tempo, na zona de Monchique. Segundo relatou este militar da GNR, a vítima foi uma viúva que recebeu na sua casa “um homem bem vestido, que dizia ser funcionário do banco onde ela tem conta”.

A sua visita, justificou o burlão, era uma forma da instituição financeira evitar o incómodo da deslocação da cliente a uma das suas agências. Depois de a convencer de que tinha de trocar as notas velhas por novas, apresentou-lhe um suposto recibo com o logotipo do banco e foi-se embora, com “entre 10 a 15 mil euros”, no bolso. Só bastante mais tarde, depois de uma conversa com o filho, é que a idosa percebeu que tinha sido enganada.

Outra técnica clássica é apresentar-se na casa das vítimas uma equipa que diz vir da parte de empresas como a EDP. Neste caso, uma das histórias mais ‘vendidas’ é que o contador da luz tem, obrigatoriamente, de ser substituído.

Adiantam que o cliente está com sorte, pois foi seleccionado para uma campanha promocional, que lhe dá a possibilidade de “só pagar uma verba mínima e ainda ficar isento do pagamento da energia que gastar a partir das 10 horas da noite”.

No entanto, para beneficiar destas vantagens, os ‘sortudos’ têm de tomar uma decisão imediata, o que alguns dos visados fazem, acabando, dessa forma, por entregar o dinheiro aos ‘bandidos’.

Usar o nome dos filhos

O uso do nome dos filhos é uma forma muito usada pelos burlões para convencer as suas vítimas.

Para obterem pormenores convincentes que lhes permita dizer que são seus colegas ou amigos, fazem um trabalho prévio de pesquisa, vigiando as movimentações dos idosos e dos seus familiares, bem como encetando conversas ‘casuais’ com amigos e vizinhos. Por esses meios acabam por saber os nomes dos filhos, onde trabalham, que carro têm e diversos outros elementos que depois usam nas burlas.

Um dos casos reais relatados por este elemento da GNR teve como vítima uma idosa que tinha uma filha emigrada em França.

Um ‘belo’ dia, à sua porta apresentam-se duas mulheres que diziam ser colegas dela. Depois de convencerem a progenitora, com informações sobre o local de trabalho da descendente, alegaram ter feito uma aposta com ela de que o ouro francês é de qualidade superior ao português.

Depois de tomarem um chá, convenceram a idosa a ir buscar o seu ouro para fazerem um teste. Colocaram-no, então, numa panela com água e com um determinado reagente, que, diziam, ao fim de algumas horas iria mostrar a respetiva qualidade.

Só que, enquanto uma das mulheres ficava a conversar com a vítima, a outra retirou o ouro da panela. Depois alegaram ter de ir fazer umas compras, com a promessa, obviamente nunca cumprida, de voltarem daí a algum tempo.

Cuidados a ter para evitar burlas

Para que não caiam em esquemas destes ou parecidos, o cabo Miguel Ramos deixou alguns conselhos básicos. Desde logo que “não abram a portas a pessoas que não conheçam” e se alguém invocar os nomes dos filhos, há que ter o cuidado de lhes telefonar para saber se isso é mesmo verdade.

O militar fez, também, questão de frisar que se algum desconhecido surgir com uma proposta “demasiado boa para ser verdadeira, o mais provável é que seja mesmo falsa”, pelo que não a devem aceitar, pelo menos sem que a confirmem junto das empresas que os burlões dizem representar ou das forças de segurança.

Também quando se utiliza multibanco há cuidados a ter, a começar por nunca confiar o código a desconhecidos.

Alertou para o facto de, por vezes, os amigos do alheio instalarem pequenos aparelhos nos multibancos que estão na rua, os quais conseguem ler os códigos utilizados para, depois, clonarem cartões, ficando, dessa forma, com a possibilidade de aceder às contas bancárias de terceiros.

Para não correr o risco de cair nessa armadilha defendeu que “preferencialmente se deve utilizar os multibancos instalados no interior das agências bancárias ou de supermercados”, que estão constantemente vigiados.

Nesta sessão de sensibilização, que decorreu nas instalações da ACRA, no passado dia 3, participou, também, Filipe Bernardo, em representação da Proteção Civil de Portimão, que deu aos presentes alguns conselhos úteis sobre como evitar acidentes em casa, em especial os incêndios – que acontecem com relativa frequência – provocados por esquecimento de panelas ao lume ou por algum outro descuido na cozinha.

O outro interveniente foi o psicólogo Fernando Barnabé, cuja intervenção versou temas como os cuidados a ter para prevenir quedas, bem como a vantagem da prática do exercício físico e do consumo de muita água por parte da população sénior.

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