Cultura

Tozé Brito está de regresso aos discos com o ‘irmão mais velho’ José Cid

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(Segunda parte da reportagem sobre a passagem de Tozé Brito pelo programa Choque Frontal ao Vivo)

Com a entrada no Quarteto 1111, Tozé Brito conhece José Cid, com quem forma uma das duplas de maior sucesso da música portuguesa.

Para além disso, ficou uma amizade para a vida toda, ao ponto de o considerar como “o meu irmão mais velho”. Isto, apesar de, com um sorriso, assumir que “o Zé é a pessoa mais teimosa que já conheci”.

Na altura do Quarteto 1111 era obrigatório os artistas enviarem as suas músicas à censura. Com o famoso lápis azul “eles cortavam o que entendiam” e depois os cantores ou grupos usavam ou não nas gravações o que sobrava.

Corria o ano de 1970 quando foi gravado o álbum “Quarteto 1111”, tendo José Cid, Tozé Brito e os restantes elementos decidido “tentar fintar a censura”, não o mandando previamente aos censores. “Fizemos o disco, ele foi posto à venda, começou a tocar nas rádios e ao fim do dia havia ordens para ser retirado e queimado”. Quem comprou um exemplar naquele dia “tem uma raridade em casa, que já vale muito dinheiro”, diz o cantor e compositor.

Trata-se de um disco que fala de temas tabu para a época, como a guerra colonial e a emigração, o que fez com que fossem interrogados pela polícia política, que queria saber se estavam ligados a qualquer partido ou movimento estudantil. Ao receber resposta negativa, lembra Tozé Brito, o interrogador desabafou: “então porque é que falaram destas coisas, que chatice…”

Tozé Brito conta a história das “Doce”

Novo capítulo musical

A relação artística com José Cid vai ter novo capítulo, com o lançamento, já no final da próxima semana, de um novo disco dos dois.

Chama-se “Tozé Cid” e ‘nasceu’ no decorrer de um almoço dos dois casais, por sugestão da mulher de Tozé Brito.

É composto por um total de 12 temas, dois dos quais originais, quatro do disco proibido e os restantes pouco conhecidos. Em vez de “irmos pelo lado óbvio, de escolher canções que toda a gente conhece e que tornaria o trabalho mais comercial, optámos por, no fundo, gravar um documento do que o Quarteto 1111 fez e que as pessoas não conhecem, porque não foram músicas tocadas na rádio e não eram as mais tocadas nos espetáculos, foram as que ficaram para trás”.

Tozé Brito confessa ser “uma honra chegar a esta altura da minha vida e estar a gravar com o Zé, que é um dos dois únicos artistas em Portugal que ganharam um Grammy, é um compositor genial, é o melodista mais inspirado que conheço, está duas horas em palco e o público canta as canções todas com ele, é um caso único neste país”.

Tozé Brito: “Enquanto tiver mais sonhos do que memórias não vou parar”

Greeen Windows e Gemini

Paralelamente ao Quarteto 1111, os dois fizeram parte de um outro grupo, os Green Windows, tendo, depois, Tozé Brito constituído os Gemini, com o qual também conheceu grande sucesso.

Em 1978, com o tema Dai-li, dai-li dou, o grupo venceu o Festival da Canção, um concurso que Tozé Brito conhece bastante bem, uma vez que, enquanto cantor, compositor e letrista, participou nele 12 vezes, “ganhando três edições e ficando em último em duas”.

O Festival era a grande montra da música portuguesa e, mais do que a classificação, “o importante era participar” porque dava grande visibilidade e fama a quem por lá passava. Embora não gostasse de atuar sozinho, mesmo a solo participou porque “sabia que se queria fazer carreira na música tinha de lá ir”.

Pouco depois da passagem dos Gemini pelo festival, Tozé Brito sentiu que o percurso estava concluído, que “todos os objetivos tinham sido atingidos e estava na altura de acabar em alta”.

Outro dos motivos que o levou a tomar a decisão foi o facto de ter sido convidado para A&R (responsável pela descoberta de talentos e desenvolvimento artístico dos músicos) da Polygram, uma das grandes editoras da altura.

O fim deste grupo havia, contudo, de ser o ponto de partida para o nascimento de um outro, que teve ainda mais sucesso, as Doce, uma história que contamos no próximo ‘’episódio’, disponível aqui.

(A gravação do programa pode ser ouvida no sábado, 25 de março, a partir das 20h00, na Alvor FM, em 90.1 ou online, aqui)

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