Polémica política em Portimão por causa do direito à habitação
O PSD de Portimão ‘atira-se’ à presidente da Câmara local, a socialista Isilda Gomes, por declarações feitas sobre a questão da habitação.
Em entrevista à estação televisiva CNN Portugal no início de março, aquando da apresentação das propostas do Governo para disponibilizar mais casas para habitação no mercado, a autarca referiu que este é um grave problema e que, por exemplo, em Portimão existem mais de 250 famílias que não conseguem arrendar casa, apesar de haver apoios para o efeito por parte da autarquia.
Daí que, na sua opinião, havia algo que tinha de ser feito, e apesar de haver “coisas a afinar” nas propostas do Governo, manifestou concordância com o pacote apresentado e referiu que “o direito à habitação é uma questão de dignidade e tem de estar acima do direito do proprietário ter a sua casa livre”.
É, em especial, esta afirmação que os social-democratas contestam, pois ela indica que “a autarca socialista defendeu o arrendamento coercivo em detrimento da liberdade que abril também consagra de o Estado não interferir na propriedade privada”.
Para a concelhia local do PSD, os números apontados pelo município de Portimão da escassez habitacional são “responsabilidade exclusiva do PS que lidera os destinos do Concelho desde que há eleições democráticas livres para os órgãos autárquicos em Portugal”.
Em comunicado, aquela estrutura política acrescenta ser “inimaginável a possibilidade de alguém ponderar o arrendamento coercivo, em Portimão”, pois os problemas existentes a este nível são o resultado de uma “estratégia comercial e turística de ocupação dos terrenos licenciados ao invés de, em quase 50 anos de democracia, o PS ter optado por dar primazia à construção de habitação”.
No documento acrescenta-se que “face ao tique ditatorial do discurso público que a Presidente de Câmara de Portimão apresentou à CNN, maltratando a propriedade privada de muitos portimonenses, portugueses e até a comunidade expatriada que escolheu o nosso concelho para viver, o PSD exige que a presidente de Câmara atue enquanto defensora de Portimão e não defensora de propostas lunáticas do seu governo para agradar ao seu líder António Costa”.
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