A escola que forma os futuros músicos e atores de Portimão

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Isaac Krasmann, Carina Candeias e João Martins são três estudantes da Escola Básica e Secundária (EBS) da Bemposta, que estão no 12º ano de escolaridade e que querem ter o seu futuro ligado às artes.

O jazz e a guitarra elétrica são as paixões principais de Isaac. Trata-se de uma espécie de ‘herança’ familiar, pois “o meu avô também estava na área, na minha família sempre existiu essa vertente e eu também gosto muito desse tipo de música”.

A guitarra clássica é uma das melhores ‘amigas’ de Carina. Curiosamente, o curso inicial que tinha escolhido “era o de ciências”, mas depois mudou e ainda bem que o fez, pois agora vê a sua vida cheia de música “a tocar, a participar em projetos ou, no futuro, a dar aulas”.

João Martins é outro dos alunos que se encontra na fase final do seu percurso numa escola secundária. A área que estuda é o teatro, “quero ser ator, mas não digo que não a outras possibilidades, como o canto, até porque o sistema de ensino que aqui temos é muito versátil”.

Com o fim do 12º ano à vista, os três pretendem agora ingressar numa instituição de ensino superior para aprofundarem os seus conhecimentos e garantirem o máximo possível de ferramentas que lhes permita conseguirem trabalhar nas áreas que escolheram.

Jovens que levam a música muito a sério

Sem tanta pressão imediata para decidir um rumo encontram-se Maria Norberto, que frequenta o 9º ano, e o benjamim do grupo, Ricardo Encarnação, que está no 5º ano.

Maria Norberto frequenta o ensino integrado de música, o que significa que, para além do plano curricular do ensino regular, ainda tem mais sete horas semanais de aulas ligadas à música, em especial do piano, o seu instrumento de eleição.

Futuramente, quer seguir “o curso profissional de cordas e teclas” e, tal como os seus colegas, o seu sonho é ficar ligada à música ao longo de toda a sua vida.

Com apenas dez anos de idade, Ricardo Encarnação já leva muito a sério a prática e o estudo do violoncelo. Mas, no princípio, “queria ir para percussão, só que no teste inicial, outros meninos tiveram uma nota melhor e para entrar no curso integrado de música, tive de ir para violoncelo”.

Acabou por ser um contratempo feliz, pois aprendeu a gostar de tocar e de dominar o violoncelo e, atualmente, já não põe sequer a questão de mudar para outro instrumento.

Estes são apenas cinco das “cerca de três centenas de alunos que estudam música e teatro no Agrupamento de Escolas da Bemposta”, diz o professor Gonçalo Duarte, coordenador do Projeto Cultural.

Um singular agrupamento de escolas

O docente realça o facto deste ser “um agrupamento singular em Portugal, devido à oferta educativa e formativa no âmbito do ensino artístico especializado de música e teatro e cursos profissionais de artes do espetáculo”.

Os alunos podem fazer a sua iniciação à música a partir do 3º ano do 1º ciclo e depois têm à sua disposição cursos integrados de música e teatro e um curso supletivo de música.

O agrupamento conta, ainda, com “cursos de artes e espetáculos para os jovens que concluíram o 9º ano de escolaridade e que procuram um ensino mais prático e voltado para o mundo do trabalho, mas que não excluem a hipótese de, mais tarde, prosseguirem os estudos”, nas vertentes de intérprete (ator/atriz), instrumentista de Jazz e instrumentista de Cordas e Teclas.

É, naturalmente, essencial o que os alunos aprendem nas salas de aulas, mas tratando-se de cursos ligados ao mundo das artes, também é fundamental que, o mais cedo possível e com regularidade, tenham a experiência de tocar em palcos, com o público à sua frente.

Daí que, com frequência, sejam feitas audições e espetáculos não só no espaçoso auditório da escola-sede como nas outras do agrupamento, em diversos espaços culturais do concelho, como o Teatro Municipal de Portimão (TEMPO), a Casa Manuel Teixeira Gomes, a Biblioteca e até o hospital e lares de idosos.

Desta forma, a comunidade de estudantes e professores da escola solidificam “uma forte parceria com as instituições do concelho, com a Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia, que nos têm dado muito apoio, sobretudo ao nível do transporte”.

Graças às condições e meios que a escola possui, também se pretende que, para além de um estabelecimento de ensino, se converta “num polo cultural”. Nesse sentido, “nesta reta final do ano letivo, estão programados vários concertos com músicos, alguns dos quais internacionais, nomeadamente os pianistas Rem Urasin e Pablo Lapidusas, um ciclo que termina em julho, com a atuação do El Quinteto Furioso”, diz o professor.

Ao longo dos próximos meses será também levada a cabo “a divulgação da nossa oferta educativa e formativa para o próximo ano”, podendo as inscrições começar a ser feitas já em maio.

Agrupamento com cerca de 2 mil alunos

O Agrupamento é composto pela Escola Básica e Secundária (EBS) da Bemposta, as escolas básicas (EB) D. João II, de Alvor; José Sobral, na Mexilhoeira Grande; Alvor e Montes de Alvor. Contempla, também, os jardins de infância de Alvor, Montes de Alvor, Mexilhoeira Grande, Figueira e Quatro Estradas.

No total, pelas contas da sua diretora, Sandra Tenil, o agrupamento conta com “cerca de dois mil alunos e perto de 200 professores”, uma estrutura de dimensão bastante considerável.

E podia ser ainda maior, tendo em conta o facto de haver cada vez mais jovens que querem frequentar, sobretudo, a escola-sede. Apesar de ser um estabelecimento relativamente recente e com boas condições, “já precisávamos de mais espaço para dar resposta a esse crescente interesse”.

Sandra Tenil lembra que, “quando esta direção tomou posse, havia uma centralização dos cursos ligados às artes na Escola da Bemposta e o que começámos a construir e queremos continuar é uma cultura de agrupamento, em que todos os alunos se sintam tratados de igual forma e que tenham as mesmas condições de aprendizagem e exigência”.

Para que isso aconteça, foi iniciado um processo no sentido de a aprendizagem nesta vertente se estender às outras escolas do agrupamento, pois “não faz sentido que os alunos de Alvor e da Mexilhoeira Grande que queiram aprender música tenham de se deslocar para a Bemposta”.

Gonçalo Duarte acrescenta que, dessa forma, também se facilita a vida aos pais dos alunos dessas zonas, “alguns dos quais tinham dificuldade em transportá-los para esta escola”. Por outro lado, com tal estratégia, “a médio prazo, este trabalho irá traduzir-se numa valorização do espaço cultural no concelho, pois estamos a criar intérpretes, artistas, compositores e atores nas três freguesias que, certamente, vão deixar marca no futuro”.

Pais participativos, presentes e exigentes

Nos últimos anos, o agrupamento tem vindo a receber mais crianças e jovens de outras nacionalidades que não a portuguesa, o que faz com que, diz o professor Gonçalo Duarte, “tenhamos aqui alunos de quase todos os cantos do mundo”.

Contudo, garante a diretora, essa circunstância não provoca qualquer tipo de problemas acrescidos, ao nível do relacionamento, pois “os novos alunos adaptam-se rapidamente e os que já cá estão têm a característica de acolher muito bem”. Mas admite que “precisávamos de ter mais recursos humanos para dar apoio e aulas de português suplementares aos miúdos cuja língua materna não é a portuguesa”.

Apesar disso, este é um agrupamento que não se pode queixar de falta de pessoal docente e mesmo não docente, pois “quando lançamos concursos de recrutamento, normalmente há muitos candidatos para as vagas abertas é um agrupamento apetecível”.

Para além de garantir que tudo funciona como é suposto, uma das funções da diretora é receber e falar com os pais dos alunos que, por regra, “são muito participativos, presentes e também muito exigentes, com quem temos uma boa relação, até porque apostamos numa relação de proximidade”.

Sendo, essencialmente, conhecida como uma escola virada para as artes, a diretora diz que a sua equipa pretende dar resposta a todos os estudantes que optem por outras vertentes do ensino, por isso “já temos cursos na área científico-humanísticos e um ensino profissional um pouco diferenciado”.

O tipo de cursos que vão sendo acrescentados resulta, em boa medida, da análise que é feita junto dos alunos para saber em que áreas eles estão mais interessados e “depois tentámos criar as condições para que possam continuar a estudar na nossa escola naquilo que realmente querem”.

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