Economia

Osvaldo e Catarina Santos transformam desafios em troféus em Portimão

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(Esta reportagem pode também ser lida na edição impressa do Portimão Jornal ou, online, aqui)

Foi há 27 anos que Osvaldo Santos resolveu criar aquela que é hoje uma das empresas mais conhecidas da cidade, a Portitaças.

Recorda que, “na altura, trabalhava numa ourivesaria, que era onde se vendiam taças, troféus, medalhas e outros produtos do género”. A procura era tanta que “comecei a pensar que seria viável ter uma empresa só especializada nessa área”.

Contra a opinião de alguns familiares e amigos, que entendiam ser aquela uma ‘jogada’ arriscada, acabou por avançar e abrir uma loja na Rua Santa Isabel.

Logo nos primeiros dias constatou que não se tinha enganado, pois “comecei logo a ter clientes e vendas, as coisas correram bem, de imediato”.

O empreendedor considera que o sucesso rápido e que se tem mantido ao longo de todos estes anos se deve, desde logo, à qualidade do trabalho que desenvolve, o que levou a conseguir uma clientela fiel, muita da qual “vem desde que abri a empresa”.

“Faço amizades em dois minutos”

Muitos nem sequer sabem bem o que querem ao encomendar um troféu ou uma lembrança para um determinado evento ou competição, deixam nas mãos de Osvaldo Santos a tarefa de conceber o desenho, pois, justificam, “tu percebes muito mais disso do que nós”.

Isso significa que, naquele tipo de atividade, diz o empresário, “ter sensibilidade artística é muito importante, precisamos de ter recursos para responder a este tipo de desafios e, com frequência, num prazo muito curto”.

Um dos seus clientes é a empresa responsável pelo Autódromo Internacional do Algarve, a Parkalgar, que lhe encomenda muitas das peças com que são premiados os vencedores das provas que aí se disputam.

Uma delas foi parar às mãos de Miguel Oliveira quando venceu o Grande Prémio de Portugal de MotoGP, em 2020. Pelo facto do troféu ter sido levantado pelo português no pódio, no final da prova, numa altura em que tinha apontadas para si televisões de todo o mundo, aquele foi, seguramente, o troféu feito ‘made in’ Portitaças mais visto de sempre, por muitos milhões de pessoas.

Tanto ele como a filha, Catarina Santos, que, desde há algum tempo, está ao seu lado, na empresa, a tempo inteiro, consideram que a sua personalidade extrovertida, divertida e de bem com a vida e com as pessoas é outra das grandes mais-valias.

A boa disposição e o contacto informal são ‘marcas da casa’, “trato os clientes como gosto que me tratem a mim, detesto ir a lojas onde as pessoas parecem estar a fazer um frete ao atender o cliente, isso aqui não acontece”.

Osvaldo Santos diz, com um sorriso, que praticamente “conheço toda a gente e faço amizades em dois minutos” e que “não me lembro de alguma vez ter perdido um cliente por causa desta forma de ser”.

Fazer a Nacional 2 de bicicleta a pedal

Ao longo da sua existência, a Portitaças já conheceu quatro espaços, três dos quais na rua de origem, a Santa Isabel.

Mais tarde avançou umas centenas de metros em direção ao Rio Arade, fixando-se numa loja situada em frente ao Jardim Visconde Bívar, na baixa da cidade, e há cerca de três anos que “estamos nas atuais instalações, situadas perto dos Bombeiros”.

A mudança deu-se em plena crise pandémica, uma das fases mais complicadas que Osvaldo Santos – e, basicamente, todos os portugueses – já atravessou.

Por razões óbvias, a atividade desportiva praticamente tornou-se inexistente, o que fez com que a procura de taças e troféus tivesse diminuído de forma substancial.

Essa foi uma das razões para a mudança para a loja atual, que é propriedade sua, o que, sobretudo nesses anos difíceis, se tornou uma forma de conter os custos, pois não tinha de pagar renda.

Entretanto, tudo voltou ao normal e a grande ‘queixa’ que pai e filha fazem agora é que não têm mãos a medir, o tempo parece ser sempre escasso para conseguirem cumprir as muitas encomendas que recebem, sobretudo de clubes, autarquias e entidades ligadas ao golfe, não só de Portimão como de outras terras do Algarve, uma vez que “somos a única empresa do género no Barlavento”.

Para responder a esse aumento da procura, Osvaldo Santos fez, recentemente, um investimento avultado numa moderna máquina a laser, que permite uma grande poupança de tempo. Catarina Santos faz a demonstração: a partir de um desenho concebido no computador, a nova máquina faz uma inscrição na peça de um cliente, “em cerca de 30 segundos, o que com a outra máquina levaria cerca de 5 minutos”.

No final do dia, uma poupança de mais de 4 minutos em cada peça acaba por ter um grande impacto, sobretudo quando se tem de fechar rapidamente a entrega de uma encomenda de centenas de medalhas.

O desporto é, pois, a base do negócio de Osvaldo Santos, mas também é nele que consome muito do seu tempo livre, sobretudo no ciclismo, que pratica há mais de 30 anos.

Farta-se de pedalar com alguns amigos que ‘sofrem da mesma doença’, tendo feito grandes ‘etapas’. Por exemplo, “já fui a Santiago de Compostela e umas 12 vezes a Fátima de bicicleta a pedal”.

Nos próximos tempos, um dos projetos que tem é percorrer a mítica Estrada Nacional 2 em toda a sua extensão.

E quem se dirija à Portitaças vai, seguramente, continuar a encontrá-lo por ali, pois, aos 70 anos de idade, não lhe passa pela cabeça reformar-se nem do negócio nem das bicicletas.

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