À descoberta de grutas fascinantes do Algarve (com VÍDEO)
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As grutas da Ponta da Piedade, situadas no concelho de Lagos, são das principais obras de arte com que a natureza presenteou o Algarve.
Aqui tudo é mágico e até a água ganha uma cor diferente.
As rochas foram esculpidas e escavadas de muitas formas e feitios, deixando espaços que fazem as delícias de quem as visita.
Às vezes, até parece que os barcos não vão conseguir sair de tão apertadas grutas.
Não é de estranhar, portanto, que este seja um dos locais mais visitados do Algarve e que tanta gente faça questão de apreciar este admirável cenário. De longe, do cimo da falésia, a partir dos passadiços ou de um dos vários miradouros que aí têm vindo a ser instalados ou vivendo a experiência de as visitar de barco.
E, a partir de cerca de 20 euros, é possível fazer essa imperdível viagem. Basta dirigir-se à marina de Lagos e apanhar uma das muitas embarcações que, sob o olhar atento do Infante D. Henrique e a indiferença de quem passeia pela avenida, todos os dias fazem um número quase incontável de viagens de ida e volta a um dos espaços mais icónicos da região.
À saída da barra ficamos com uma perspetiva diferente do Forte da Ponta da Bandeira e da praia da Batata, a primeira de várias que iremos encontrar pelo caminho, como a dos Estudantes, a do Pinhão, a do Camilo, a do Barranco do Martinho e a mais conhecida, apreciada e reconhecida de todas, a de Dona Ana.
Também dá para apreciar, por uns instantes, a resistente ponte romana e, à medida que nos aproximamos do nosso destino, começamos a encontrar formações rochosas com formas e nomes curiosos, abrindo, assim, o apetite para o que iremos ver mais adiante.
Há uma que é conhecida como o arco do triunfo, o verdadeiro e original arco do triunfo, o outro que está em França é apenas uma imitação, graceja o nosso comandante e guia.
Mais há frente aparecem duas outras rochas, que foram batizadas, pela viva imaginação dos homens do mar, de Titanic e iceberg, e pelo caminho vamos encontrando muitas outras com formas curiosas.
E entretanto, sem quase darmos por isso, chegamos ao nosso destino, as grutas da Ponta da Piedade.
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A mais conhecida e que funciona como autêntico postal ilustrado destas belezas é a que os pescadores deram o nome de sala de estar, o que faz algum sentido. Sendo o mar a casa destes profissionais corajosos que garantem que o peixe nunca falta na nossa mesa, tem lógica que o dividam em salas.
Este espaço pode ser acedido obviamente através de barco ou caiaque, mas também por terra.
Isso implica que, a partir da zona do farol, se desça uma enorme escadaria, composta por mais de uma centena de degraus. Cansa um bocadinho, sobretudo quando se volta a subir a escadaria, mas vale bem a pena.
Há também a possibilidade de apanhar ali uma das antigas embarcações de pescadores que costumam estar atracadas neste pequeno cais e iniciar a visita às grutas.
Depois de contornar uma enorme rocha, é altura de passar para outra parte da ‘habitação’ dos homens do mar.
Ao que parece, era neste espaço tranquilo e abrigado que os pescadores vinham fazer uma pequena pausa para descansar e aproveitavam a oportunidade para comer alguma coisa e temperar em forças antes de continuar a faina. Por isso, deram o nome de cozinha a este pequeno bocado de paraíso.
E depois da sala de estar e da cozinha, é obrigatório passar por dois outros espaços emblemáticos, batizados como a garagem e a catedral.
A certa altura deparamo-nos com mais uma curiosa escultura natural nas rochas, uma caveira. À primeira vista, pode passar despercebida, mas se colocarmos a imaginação a funcionar, constatamos que os dois buracos maiores podem funcionam como olhos, o triângulo vertical é o nariz e a linha horizontal de baixo, a boca.
Algumas das grutas, pela sua reduzida dimensão, em teoria, apenas podem ser visitadas por caiaque, mas a verdade é que há quem tenha a coragem de lá ir de barco. Deparámo-nos com uma dessas situações. Depois de entrar, a saída não se revelava fácil, dava a sensação não haver espaço suficiente para a embarcação que, a qualquer instante, parece ir embater contra as rochas. Mas a mestria e experiência do tripulante com a ajuda dos passageiros, que se encolheram e baixaram na embarcação, fizeram com que tudo acabasse por correr bem.
A manobra é concluída com sucesso, provocando a alegria dos passageiros, a adrenalina deve ser grande, o espetáculo é emotivo, mas para quem está de fora, esta pareceu ser uma manobra um bocadinho arriscada.
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Ainda bem que o nosso comandante resolveu não lhe seguir o exemplo e dá meia volta, procurando evitar o choque com uma autêntica procissão de caiaques, que nos aparece a circular por ali.
A viagem está praticamente concluída, fazemos apenas mais duas ou três pequenas paragens e focamos, por uns instantes o olhar a ocidente, com vontade de seguir em direção à zona da Praia da Luz ou mesmo de Sagres.
Mas esse desejo ficará para ser concretizado noutra altura, pois agora está na altura de regressar à base, agora já em velocidade de cruzeiro, sem grande hipótese de voltar a apreciar devidamente a bela paisagem envolvente.
A razão para esta pressa é o facto de, por esta hora, na marina de Lagos já haver mais gente à espera para embarcar e fazer uma viagem absolutamente imperdível.
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