Não se metam com este mar! (com VÍDEO)
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Nesta parte da costa algarvia não é grande ideia brincar com o mar. Sobretudo, quando ele acorda assim: irritado, de mau humor, como se lhe tivesse passado uma coisa má pela cabeça e quisesse acabar com o mundo de uma vez por todas.
Mas, apesar da fúria monumental que exibe, há corajosos humanos que parecem querer desafiá-lo, como iremos ver mais à frente.
Provavelmente, por se encontrar em zonas muito ligadas aos feitos heróicos dos Descobrimentos, o mar da Costa Vicentina meteu na cabeça que vai conquistar tudo o que encontrar pela frente.
A começar pela praia do Castelejo, ultrapassando com sucesso as defesas naturais instaladas no areal. E atacando-a com esta estranha espuma transformada em arma secreta.
Em Sagres, a resistência que encontra é maior, mas ainda assim também ataca em força, disparando rajadas contínuas de ondas contra as falésias.
Mesmo em alturas calmas, este é um mar que impõe respeito. Nos dias em que está assim, virado do avesso e a disparar em todas as direções, o melhor é ficar a apreciar o espectáculo a uma distância segura.
Mas há quem arrisque e pareça querer mostrar que não tem medo desta brutal força da natureza. Num caso, aparentemente, em busca de experiências emocionantes, no outro, de uns bons sargos. Em ambas as situações a hipótese da história ter um final pouco feliz é grande.
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Se fosse uma pessoa, o mar da Costa Vicentina seria o chamado homem de barba rija, um tipo duro, austero, selvagem, mesmo.
Se fosse um avô, de certeza absoluta que não faria o tipo do velhote simpático, ternurento, cheio de beijinhos, abraços e desculpas para com as asneiras e traquinices do neto.
Seria um daqueles à moda antiga, rude, de poucas palavras, exigente, que se fosse preciso dava um puxão de orelhas ou até uma chapada no puto para ver se ele atinava.
Este é um mar que não nasceu para fazer cócegas ou carícias aos banhistas.
Quem nele queira banhar-se sabe que só pode fazê-lo em certas alturas e com grande cuidado. Envolver-se nestas ondas não é um direito, é um privilégio que deve ser conquistado.
O mar da Costa Vicentina é tudo isto: agreste, desafiante, louco, selvagem, perigoso e traiçoeiro.
E é também dos mais belos espectáculos do mundo.
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