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Federação Nacional dos Médicos exige resposta a “colapso dos cuidados oncológicos no Algarve”

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A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) veio esta terça-feira, 22 de abril, exigir uma “resposta urgente ao colapso dos cuidados oncológicos no Algarve”.

Em comunicado, a FNAM afirma que recebeu, com “elevada preocupação, a comunicação formal de escusa de responsabilidade apresentada pelos médicos do Serviço de Oncologia Médica da Unidade Local de Saúde do Algarve (ULS Algarve)”.

Este documento “denuncia de forma clara e fundamentada, a inaceitável degradação das condições de trabalho e dos cuidados prestados a doentes oncológicos na região”.

“Num contexto já marcado por carências crónicas, a decisão de abandonar o projeto do Centro Oncológico de Referência do Sul (CORS), comunicada indiretamente através da imprensa, representa um sinal claro de desvalorização da saúde dos cidadãos algarvios”, refere a FNAM.

E acrescenta que “a proposta alternativa — uma estrutura a funcionar apenas em 2030, em Loulé, sem ouvir os profissionais no terreno — é uma resposta tardia, insuficiente, desrespeitosa para com os médicos e, sobretudo, para com os doentes”.

“Denúncias apresentadas são gravíssimas”

A FNAM frisa que “as denúncias apresentadas são gravíssimas”. Entre outras questões, estão em causa “atrasos de meses na autorização de medicamentos e exames essenciais, com impacto direto na sobrevivência e prognóstico dos doentes”, bem como a “falta de condições físicas básicas, como casas de banho e água quente, que colocam em risco doentes vulneráveis”.

Os médicos denunciam ainda a “carência extrema de recursos humanos, ausência de plano de fixação de médicos e normal funcionamento do internamento dependente de médicos internos”; “avarias constantes em equipamentos críticos, nomeadamente para a preparação de quimioterapia”; “carga assistencial insustentável e desorganização estrutural que comprometem a segurança clínica”; e “falta de participação dos profissionais nas decisões estratégicas sobre o futuro da oncologia na região”.

“A saúde no Algarve está em risco. Os doentes não podem esperar até 2030. E os médicos não podem continuar a trabalhar sob ameaça à sua consciência e à sua responsabilidade profissional”, defende a FNAM.

No comunicado, a Federação Nacional dos Médicos exige, “com carácter de urgência, a atuação do Ministério da Saúde”, adiantando ter feito “a denúncia à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde e Grupos Parlamentares”.

“Não é admissível que os profissionais de saúde tenham de escolher entre cumprir a sua missão e proteger-se juridicamente da responsabilidade de trabalhar em condições que põem em causa a vida dos doentes”, considera a FNAM.

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