Venda de imóveis “sem o conhecimento dos seus proprietários”. PJ faz detenções no Algarve
A Polícia Judiciária (PJ) deteve cinco mulheres suspeitas da prática de crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e branqueamento de capitais, no setor imobiliário, no Algarve.
As vítimas serão mais de duas dezenas de pessoas, estando os prejuízos estimados em “mais de sete milhões de euros”, segundo a Judiciária.
Em comunicado, a PJ explica que a investigação diz respeito “à atividade ilícita de uma empresária do setor imobiliário, que de forma on line, pelo menos durante um ano, promoveu a venda de imóveis na referida região, essencialmente junto de investidores estrangeiros, sem o conhecimento dos seus proprietários, os quais foram surpreendidos com a existência de registos provisórios de venda das suas propriedades”.
Para o efeito, a suspeita “celebrou contratos de promessa de compra e venda desses imóveis em escritórios de Solicitadoras localizadas na região do Algarve ou através de documentos por estas autenticados, sem conhecimento ou a intervenção dos proprietários dos imóveis, reforçando a convicção das vítimas sobre a credibilidade dos mesmos”.
A PJ acrescenta que “houve vítimas que chegaram a entregar-lhe um montante superior a um milhão de euros, correspondente ao valor do respetivo sinal, valores esses que foram apropriados pela suspeita”.
Foram efetuadas três buscas domiciliárias e quatro buscas em escritórios de Solicitador, tendo sido “apreendido um elevado acervo documental probatório, equipamento informático, valores em numerário e joias”.
A Judiciária admite “a existência de outras vítimas, uma vez que durante a operação foram localizados documentos relativos a negócios ainda desconhecidos da investigação, tendo ainda sido percecionadas tentativas de contacto de supostos clientes e verificando-se como, nos últimos dias, a formalização de novas queixas, por pagamentos de mais de dois milhões e setecentos mil euros”.
A operação “chave na mão” foi desenvolvida pelo Departamento de Investigação Criminal de Portimão, com a colaboração da Diretoria do Sul. A investigação começou em 2024.
Leia também:
Emprego: a Junta de Freguesia de Portimão está a contratar

Assista aqui a todos os nossos vídeos