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A criação do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) melhorou, aparentemente, um pouco os indicadores financeiros das unidades de Saúde que o constituem, mas teve como consequência negativa a diminuição da prestação de cuidados de saúde.

Esta é a conclusão principal que se pode tirar da intervenção do professor universitário Luís Coelho, no decorrer da Jornadas do Arade, que tiveram lugar no Museu de Portimão, no fim-de-semana.

Aquele docente analisou os dados dos hospitais algarvios referentes a 2012 e a 2014, ou seja, antes e depois de integrados no CHA. Em termos financeiros, verificou uma melhoria dos resultados líquidos que, no entanto, se mantiveram no vermelho. O ano de 2012 fechou com um resultado líquido global de 11,8 milhões, valores que recuaram para cerca de 3,4 milhões, em 2014.

No entanto, Luís Coelho chama a atenção para algumas ‘manobras’ contabilísticas e decisões governamentais que ajudam a explicar esta situação. Em 2014, o CHA contabilizou quase 5,4 de euros como proveitos extraordinários, o que decorreu de um perdão de juros e beneficiou, ainda, de uma compensação extra de 2 milhões por nele terem sido integrado os Serviços de Urgência Básica de Vila Real de Sto. António, Loulé e Albufeira. Para além disso, o contrato com o Ministério foi revisto, daí tendo resultado uma injecção financeira suplementar de 13 milhões de euros.

Ao nível da produção, ou seja, da prestação de cuidados de saúde é que não há dúvidas: os números indicam uma diminuição dos actos médicos em quase todas as vertentes. Por exemplo, no Hospital de Dia passaram de 38.532 em 2012 para apenas 28.861 em 2014; no Internamento, de 31.156 para 29.926 e na Urgência de 241.151 para 215.103.

Idêntica evolução tiveram o Ambulatório, o Bloco e os Partos. Apenas nas Consultas Externas se registou um aumento muito ligeiro, tendo passado de 298.529 para 298.804.

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