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Os investimentos que vão ser feitos em Lagos

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Segunda parte da entrevista à presidente da Câmara Municipal de Lagos, Joaquina Matos, em que se fala das intervenções e obras previstas para os próximos tempos, no concelho. 

AM – O que é que fica de positivo e negativo a marcar este mandato?

JM – Bom, essa é uma pergunta que, com propriedade, só a população poderá responder. De qualquer forma, poderei dizer que pela positiva, fica o ambiente de diálogo e tranquilidade que quisemos imprimir e transmitir à nossa gestão.

Destaco as obras que conseguimos concretizar, nomeadamente, a Ponte D. Maria, as acessibilidades viárias a reabilitação de escolas, como é o caso da escola básica nº. 3 de Lagos, agora designada Escola Básica Sophia de Mello Breyner Andresen, cujo projecto e empreitada recentemente iniciada vão permitir dotar o edifício de melhores condições de conforto térmico e de condições de aprendizagem, as obras de conservação e restauro da Igreja de Santo António, a recuperação do mercado de Escravos e a instalação do Núcleo Museológico Rota da Escravatura.

De positivo, fica a importância que continuamos a dar à área da educação, acção social, cultura, desporto, mas não só, fica também a aproximação ao mundo empresarial, a valorização do património histórico e natural (requalificação do museu e a 1ª fase da Ponta da Piedade), na afirmação de Lagos como cidade que se orgulha do seu valor histórico, intrinsecamente ligada ao mar, aberta ao Mundo e com uma forte faceta multicultural.

De negativo, a incapacidade de resolver questões que não dependem única e exclusivamente da vontade deste executivo.

AM – Mas tem a ideia de que, para a população, pela positiva, ficará, essencialmente, a intervenção na Ponte D. Maria e, pela negativa, a recolha do lixo?

JM – A questão da recolha do lixo, no Verão, foi algo que, realmente, não correu como tínhamos planeado. Trata-se de uma vertente com três pilares que devem funcionar bem e em articulação uns com os outros. Por um lado, temos a Câmara com a responsabilidade da recolha dos resíduos indiferenciados. Por outro, a empresa multi-municipal Algar que recolhe o lixo para reciclagem, papel, vidro e plásticos. E ainda temos a empresa que contratámos, por concurso público, para a limpeza urbana. Todos têm de fazer a sua parte e em articulação, para resolver os problemas da limpeza da cidade e do concelho.

É verdade que, todos tivemos problemas. A quantidade de resíduos produzidos foi substancialmente maior do que o esperado. Em face da situação, temos que nos reforçar para poder responder ao aumento que se vier a verificar na próxima época alta turística.

Quanto à Algar, temos a dizer que os problemas não foram sentidos só aqui, estenderam-se a toda a região. No que se refere à Ecoambiente, e na sequência de reuniões de trabalho realizadas, há o compromisso de que a sua capacidade de resposta vai melhorar.

Da nossa parte, começamos já a trabalhar nesse sentido. Iniciamos o reforço da frota de carros de recolha. Temos já um carro novo para recolher os resíduos no centro histórico. Adquirimos também um carro de maiores dimensões para recolher o lixo noutras zonas. Há um outro veículo que vai chegar para a recolha dos verdes. Estamos, ainda, a desenvolver o procedimento respectivo, para aquisição de um outro carro. E, certamente, com tudo isto, o próximo Verão será muito muito melhor.

AM – A venda ambulante também dá variedade e pode contribuir para uma oferta diversificada da própria cidade. Há ideias para melhorar a sua imagem e para valorizar aquele espaço nobre da cidade em que se encontra?

JM – A venda ambulante, inicialmente, fazia-se no Jardim da Constituição. Devido às obras que aí foram realizadas, os vendedores vieram para as ruas do centro da cidade, situação que gerou muitas queixas dos cidadãos e comerciantes. Na sequência de um acordo estabelecido, ainda no tempo do anterior executivo, em 2014, a Câmara decidiu que o local que reunia melhores condições para exercerem a sua actividade, seria a zona em que se encontram actualmente.

Todo o processo de atribuição de lugares de venda decorreu do anteriormente acordado, sendo a atribuição dos lugares efectuada por sorteio. Naturalmente que procuramos o melhor para o concelho e, particularmente, para a nossa cidade, pelo que estamos sempre prontos a avaliar e a mudar o que se justificar.

Leia também a 1ª parte da entrevista

O ideal era ter mais uma Escola Básica 2,3

AM – Está, actualmente, uma escola em obras, bem perto da Câmara. Em que é que consiste, em concreto, essa intervenção?

JM – Trata- se da Escola Básica n.º 3 de Lagos, vulgarmente conhecida como P3 e, actualmente, designada como Escola Básica Sophia de Mello Breyner Andresen. Este equipamento foi construído em 1981, tendo em 2005, sido alvo de intervenção/ampliação, com a construção do “novo edifício”, onde se localizam o refeitório, a biblioteca e a sala de informática.

Contudo a passagem do tempo, bem como as necessidades de garantia de segurança e conforto do espaço em questão, impuseram, não só a necessidade de manutenção do designado “edifício novo”, como a reabilitação do “edifício antigo” e a reformulação dos espaços exteriores. Trata-se de uma grande obra, uma obra de qualidade que vai dotar a cidade de uma escola plena de condições.

A empreitada já foi adjudicada e perspectiva-se a sua conclusão num prazo de 150 dias. O previsto/acordado é que os alunos façam a mudança para as novas instalações no final do 2º período.

Leia também a 3ª parte da entrevista: A evolução financeira da Câmara de Lagos

AM – Depois desta intervenção, haverá outras escolas com necessidade de intervenção ou todo o parque já está reabilitado?

JM – Esta obra fecha, em termos de cidade, o ciclo de intervenções no parque escolar. Em termos de concelho, falta-nos resolver a questão da freguesia da Luz. Neste momento, há duas escolas a funcionar: a Escola Básica e Jardim de Infância de Espiche e a Escola da própria vila da Luz.

A dúvida que temos – e esperamos que a Carta Educativa, que vai entrar em processo de revisão, nos dê a resposta – é se fazemos uma escola nova na vila da Luz (para esse efeito dispomos de um terreno muito bom que a Câmara, há anos, comprou para esse fim), ou mantemos as duas escolas, reabilitando os respectivos edifícios. É uma decisão para tomar em 2017.

AM – Com essa questão decidida, fica a rede escolar do concelho completa?

JM – Vamos ver o que nos diz a Carta Educativa. Gostaríamos que para o futuro este instrumento nos adiantasse dados demográficos que justificassem a construção, em Lagos, de uma terceira Escola Básica 2,3, a juntar às das Naus e Tecnopólis. Caso esta situação se venha a verificar, iniciaremos a respectiva reivindicação junto do governo, podendo adiantar que temos espaço/terreno disponível para a sua construção.

AM – Que projectos têm para a zona da Ponta da Piedade?

JM – Para já, estamos a avançar com a primeira fase de requalificação da zona. Será uma intervenção que vai da praia do Canavial até à Ponta da Piedade. Consiste na construção de passadiços e miradouros. Já candidatámos esta obra a fundos comunitários, no âmbito do CRESC 2020. É para fazer em 2017, numa parceria do Município de Lagos com a APA – Agência Portuguesa do Ambiente, e o grupo privado Cascade Resort. Vai custar à volta de 260 mil euros.

Posteriormente, perspectivamos a realização de uma segunda fase, que considerará a área da Ponta da Piedade à Praia da D. Ana.

(Entrevista: Guedes de Oliveira/Jorge Eusébio)

Leia também: 

Entrevista, parte 2: “Defender o Hospital de Lagos é defender a saúde das populações de Lagos, Vila do Bispo e Aljezur”

Entrevista, parte 3: A evolução financeira da Câmara de Lagos

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