Política

Situação da EN 125 e da Via do Infante “é uma vergonha”

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“É muito bonito e necessário falar da ‘nova’ mobilidade”, antecipar e preparar o futuro, mas o que se passa com a ‘velha’ mobilidade no Algarve “é uma vergonha”.

A frase foi proferida pelo presidente da Câmara de Monchique, Rui André, no decorrer do seminário «next.mov»“ promovido pela AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), em Portimão.

O autarca referia-se, em particular, à “pedra tão pesada” que os algarvios e visitantes têm de carregar que é o panorama que se vive na Estrada Nacional (EN) 125 e Via do Infante. Para Rui André, é inadmissível que “uma pessoa leve duas horas de Faro até aqui”, tal como não faz sentido que “haja filas de três horas de pessoas a querer entrar na região”, através da Ponte do Guadiana.

Um passo essencial para resolver este tipo de problemas é a eliminação das portagens na Via do Infante. “Se todos estamos de acordo em que não devem existir, não sei porque continuam a existir”, desabafou o autarca.

É uma decisão que está nas mãos do Governo e que pode ser tomada através do assumir, por parte do Orçamento de Estado, dos eventuais custos que possa trazer o fim das portagens, reconhecendo o Governo, por essa via, “a importância que, em termos económicos, o Algarve tem para o país.”

Mas se o executivo de António Costa não quiser ir por aí, há outra opções. Tendo a região cerca de 20 milhões de dormidas, através de uma taxa turística de um euro cada, obtém-se 20 milhões de euros. A sua sugestão é que metade dessa verba reverta para o Governo financiar os custos inerentes à abolição das portagens e que a outra metade seja entregue às autarquias e revertam para intervenções de reparação e conservação de vias de comunicação, de forma a acabar com o panorama degradante que se assiste em muitas estradas, ruas e caminhos da região.

Outros problemas que, na sua opinião, têm de ser resolvidos são a falta de ligação entre os transportes rodoviários e ferroviários e a deficiente informação digital sobre os horários e a rede que a região disponibiliza.

Nos dias de hoje, onde tanto se fala de tecnologia, cidades e regiões inteligentes, Rui André considera que não faz sentido que, através do seu telemóvel, um cidadão ou visitante não consiga saber que opções tem ao seu dispor, em termos de transporte público.

Trata-se de uma lacuna que a AMAL quer colmatar, através do lançamento de uma aplicação informática, que seria apresentada pouco tempo depois de Rui André ter feito a sua intervenção. Disponível a partir do site vamos.pt (na funcionalidade ‘Viajómetro), disponibiliza toda a oferta de intermunicipal existente na região de transporte rodoviário. No futuro, irá ser enriquecida com muitas outras informações , inclusivamente, em tempo real, e abranger todas as outras formas de transporte.

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