Música ao vivo de regresso ao Marginália

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(Texto originalmente publicado no Portimão Jornal, que pode ler na versão impressa ou online, aqui).

O bar Marginália voltou a ter música ao vivo, depois de mais de seis meses sem que o palco tivesse o uso para que foi criado.

O responsável por este espaço, Paulo Filipe, lembra que tinha apresentado o último espetáculo em 8 de março. Agora, a sua ideia é retomar os concertos todos os fins-de-semana, embora com os condicionalismos que os tempos que atravessamos exigem, que são muitos e penalizadores para quem exerce a atividade.

Este responsável refere que “houve alturas em que tinha aqui cerca de centena e meia de pessoas em noites de espetáculos ao vivo e agora só posso receber 28”. E todas têm de ‘curtir’ sentadas e, para além de bebida, consumirem também comida.

Paulo Filipe desabafa que “custa um bocado perder, de alguma forma, as características deste bar, que assim se converte numa espécie de restaurante”, mas é a única forma de conseguir manter as portas abertas e, duas vezes por semana, apresentar música ao vivo.

Dias difíceis devido à pandemia

Tal como os outros estabelecimentos do género, o Marginália atravessa, devido à pandemia, a fase mais delicada da sua existência. Antes de ser obrigatório, já Paulo Filipe tinha, de forma preventiva, tomado a iniciativa de entrar em confinamento e só há pouco mais de um mês reabriu portas, embora sem concertos.

Assume que têm sido “tempos muito difíceis, pois continuámos a ter as mesmas despesas e muito menos receitas”.

Para, de alguma forma, compensar a circunstância de ter menos lugares disponíveis no interior, a Câmara permitiu-lhe a instalação de uma pequena esplanada, o que “foi uma boa ajuda”.

Só que, entretanto, começou a aumentar o número de casos de covid-19 no país, o que levou o Governo a decretar o Estado de Contingência, a partir de 15 de setembro, fixando regras mais restritivas para todo o país.

Paulo Filipe foi ver a que novas condições teria de sujeitar-se para continuar a trabalhar e, em determinada altura, até achou que teria mesmo de encerrar, de forma definitiva, o estabelecimento.

Entretanto, leu a legislação com maior atenção, ouviu a opinião de advogados e considerou que valia a pena tentar continuar de portas abertas, embora considere que a lei não é totalmente clara em relação à sua atividade e que o Governo deve clarificar diversos aspetos. Apesar das dificuldades, continua, portanto, para já, a tentar, teimosamente, manter de pé um estabelecimento que os portimonenses se habituaram a frequentar para conviver e ouvir boa música.

Um percurso com muitas ‘bandas sonoras’

Paulo Filipe ‘pegou’ no Marginália em 2010 e transformou-o num bar assumidamente de música ao vivo. Lembra que “nos primeiros quatro anos tínhamos praticamente só grupos de originais e não foi muito fácil singrar”.

Depois apareceu o movimento das bandas de tributo que atraíam mais pessoas, “pois é mais fácil decidirem sair de casa para irem a um espaço onde sabem que vão ouvir música que conhecem e gostam do que virem sem saber o que vão encontrar”.

Estava, portanto, encontrada a fórmula de sucesso. Ao longo destes anos pelo palco daquele bar têm passado bandas de covers de todos os géneros musicais com exceção do eletrónico. E, apesar de não garantirem casas tão cheias, continuou a regularmente contar com grupos de originais, “pois acho que é importante terem onde atuar”.

O número de clientes foi aumentando e a fama do bar também, o que levou a que, no ano passado, fosse desafiado pela autarquia local a fazer um Festival na Alameda da Praça da República, com várias bandas, que “correu muito bem, tivemos cerca de 2500 pessoas em cada uma das duas noites”.

Tal circunstância fez com que recebesse novo convite, agora para assegurar uma das noites do programa de fim-de-ano, que correu ainda melhor, “tivemos mais de 5 mil espetadores, foram experiências muito boas, que contávamos repetir este ano, só que, entretanto, a pandemia mudou tudo”.

Agora, a grande prioridade é tentar sobreviver. Isso significa, no caso do Marginália, nesta fase, conseguir continuar a ter as suas portas abertas seis dias por semana (com exceção do domingo), das 21 horas à 1 da madrugada, com música ao vivo às sextas-feiras e sábados.

(Texto originalmente publicado no Portimão Jornal, que pode ler na versão impressa ou online, aqui).

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