Alunos de Portimão ‘inventam’ festival de filosofia, música, cinema, arte, teatro e poesia
Os alunos do “Clube dos Filósofos Vivos” da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, de Portimão, e o professor Carlos Café vão levar a cabo uma iniciativa invulgar.
Designa-se “Philosophy Spring Festival” e pretende ser um festival de filosofia, música, cinema, arte, teatro e poesia.
Acontecerá nas duas primeiras semanas de maio, por ser primavera, haver sol e ainda não ser época de exames. Segundo refere Carlos Café, “em termos filosóficos, poder-se-ia dizer que é um festival hedonista antes das obrigações kantianas que os exames nacionais trazem consigo. Queremos celebrar o Sol, o Sul e o Sal (do mar e do peixe grelhado…). E, acima de tudo, a Vida, essa coisa fantástica que nos aconteceu sem que o tivéssemos pedido”.
O docente lembra que “houve uma altura em que as bandas editavam singles em vinil para promover potenciais êxitos e, no lado B, colocavam os temas menos comerciais de que mais gostavam. Pois bem, este festival pretende ser uma espécie de lado B da Escola e da filosofia que nela se ensina”.
Através desta iniciativa pretende-se proporcionar aos jovens adolescentes “experiências cognitivas e estéticas que sejam diferentes das que estão habituados e que lhes criem saudável desassossego, emoções novas e um forte encantamento, desejavelmente inesquecível”.
O Philosophy Spring Festival decorrerá em locais tão diversificados como o Museu de Portimão, a Biblioteca Municipal Manuel Teixeira Gomes, o Clube União Portimonense, a Sociedade Vencedora Portimonense, o Algarcine Cinemas de Portimão, o restaurante Faina, o espaço Aldeia e os jardins e as salas de aula da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes.
Entre outras iniciativas, está prevista uma palestra proferida pelo Professor Doutor Paulo Borges, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, que abordará o tema do legado do Professor Agostinho da Silva.
Mas, também será promovida a reconstituição dos célebres cafés filosóficos parisienses, à maneira de Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, num fim de tarde de sexta-feira à beira-rio.
Pelo meio, haverá ainda algumas “Aulas Improváveis” que proporcionarão duetos surpreendentes, reencontros emocionantes e outras surpresas.
Uma sessão de Filosofia para Crianças numa das escolas do agrupamento Manuel Teixeira Gomes, dinamizada por uma especialista na matéria, a professora Laurinda Silva, consta igualmente do programa.
Quanto à Literatura, serão levadas a cabo apresentações públicas e tertúlias com a escritora, tradutora e editora Luiza Nilo Nunes e o escritor moçambicano Sérgio Raimundo.
O momento de teatro estará a cargo da atriz, escritora e tradutora Ana Saragoça, que regressará a Portimão para nos presentear com o monólogo de sua autoria “A Mãe da Noiva”, num formato de café-teatro que já conquistou os jovens estudantes da Teixeira Gomes, mas agora em versão para adultos num sábado à noite.
Quanto às artes, será promovida uma residência artística para jovens estudantes de Artes, dinamizada por duas jovens licenciadas em Belas-Artes pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa naturais de Portimão, em local ainda em fase de escolha.
O cinema tem um nome de referência do cinema português, António-Pedro de Vasconcelos, cujos filmes serão reunidos num pequeno ciclo, sendo que pelo menos em duas das sessões o realizador estará presente para conversar com os espectadores sobre os seus filmes, o cinema, português e não só, e tudo o mais que surgir.
Finalmente, a música, com dois concertos de estilos com que os jovens estão pouco familiarizados: os Telectu, com Vítor Rua e Ilda Teresa Castro, um grupo de referência mundial na área da música improvisada, minimalista e eletrónica (entre outras coisas) e o flamenco, com o trio residente do bar de culto La Carboneria, de Sevilha, constituído por um cantador, “Allende”, um guitarrista e uma bailarina.
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