Câmara de Silves recusa subir o preço da água
A Câmara de Silves recusa aumentar o preço da água, considerando que se trataria de “uma medida socialmente injusta e penalizadora dos rendimentos das famílias”, dado que “quem tem mais poder económico não deixaria de pagar e continuar a consumir”.
A autarquia frisa que rejeitou “em sede da Associação dos Municípios do Algarve (AMAL) o aumento dos tarifários da água – foi o único município a fazê-lo – que provocaria agravamentos de 15% no 2.º escalão [abrange a maioria dos consumidores], de 30% no 3.º escalão e de 50% no 4.º escalão”.
O Município de Silves considera que “o caminho da poupança de água no volume do consumo humano (15%), que é absolutamente necessário, passa, essencialmente, pela consciencialização e sensibilização da população”.
Defende ainda, entre outras medidas, o “combate decisivo às perdas de água na rede de abastecimento público, usando os equipamentos e dispositivos tecnológicos já instalados e funcionais em todo o concelho de Silves, que em tempo útil, a autarquia projetou e candidatou a fundos comunitários”.
“O quadro de seca e falta de água no Algarve não é uma situação imprevisível”, refere a câmara, presidida por Rosa Palma, adiantando que “há cerca de 20 anos era claro o processo de desertificação nas regiões do Alentejo e Algarve”.
A autarquia silvense diz que “não existiu planeamento estratégico, plano de ação ou concretização dos investimentos relevantes”. E acrescenta que “os sucessivos governos nada fizeram, e hoje, tardiamente, num cenário extremamente difícil, anunciam medidas de fundo, que já deviam estar concretizadas, soluções drásticas e desproporcionadas, para resolver, temporariamente, o problema da falta de água”.
Outro aspeto realçado pela edilidade tem a ver com a agricultura, defendendo ser fundamental que as medidas impostas não ponham em risco o setor.
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