Cultura

Nova Confraria quer ‘puxar a brasa à nossa sardinha’

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(Esta reportagem também pode ser lida na edição impressa do Portimão Jornal ou, online, aqui)

Portimão passou a contar com a Confraria Gastronómica da Sardinha de Portimão.

O seu chanceler-mor, Júlio Ferreira, diz que a nova ‘embaixadora’ do famoso peixe “nasceu, como não podia deixar de ser, à mesa”.

Recorda que, num jantar de um grupo de amigos, denominado Grupo do Garfo, que teve Luís de Brito como convidado, realizado em janeiro do ano passado, “falei sobre este meu desejo antigo. Não demorou muito para que, em conjunto com um filho de Portimão, João Monteiro, proprietário da Taberna de Portimão (local do jantar) a aventura arrancasse”.

Confessa que o seu interesse pessoal por criar a Confraria resulta do facto de, tal como muitas outras no Algarve, a sua família ter fortes ligações à pesca e à indústria conserveira, uma vez que “o meu avô e o meu pai foram pescadores e a minha mãe, avós e tias trabalharam nas muitas fábricas da sardinha que existiam em Portimão”.

Inclusivamente, “o meu avô até perdeu a vida no mar e esta é uma forma de homenageá-lo e a todos os pescadores, homens e mulheres, que, em tempos muito difíceis, lutaram e trabalharam nesta indústria que atingiu no Algarve o seu auge nos anos 30”.

A ideia nascida à mesa não morreu à saída do restaurante, pelo contrário, desde logo começaram a ser desenvolvidos os contactos e formalidades que levariam a que se transformasse em realidade.

O grupo original, constituído por Júlio Ferreira, Filipe Cabral, António Vitorino, Luís Rodrigues, João Sena, David Cid, João Monteiro e Luís de Brito convidou Álvaro Bila, Carlos Eduardo Martins, João Nuno Mergulhão, António Feu, Pedro Mota, Ivo Faria, Rui Rosa, Nuno Vieira e Jorge Fernandes para se juntarem nesta viagem.

Estes são, de resto, os primeiros 17 elementos que foram entronizados no primeiro Capítulo da Confraria, que teve lugar no passado dia 17,no Museu de Portimão. Trata-se de pessoas de várias origens e posicionamentos políticos, unidos no compromisso de promoverem e participarem em iniciativas relacionadas com a pesca, a indústria conserveira e, em especial, com a sardinha.

Vídeos e livro sobre restaurantes e sardinhas

Um dos projetos do grupo tem por nome ‘Puxar a brasa à nossa sardinha’. Trata-se de um conjunto de vídeos que contarão, em cada episódio, com quatro protagonistas: um restaurante do concelho de Portimão, dois membros da Confraria e um convidado.

Júlio Ferreira diz que “o que se pretende é, em poucos minutos, mostrar, em vídeo, restaurantes do concelho e contar um pouco da história e estórias da sardinha em Portimão”.

Ao longo deste processo serão selecionadas e divulgadas “10 deliciosas receitas capazes de fazer qualquer cozinheiro amador brilhar na cozinha com a sardinha fresca, em conserva ou congelada”.

Esta produção 100% original, contará com 10 episódios de 15 a 20 minutos, onde “não faltará a componente cultural, culinária, mas também boas conversas, descontração e imprevistos”.

O projeto ‘Puxar a brasa à nossa sardinha’ ficará completo com a publicação de um livro com as 10 receitas e a indicação do link a partir do qual os interessados poderão ver o vídeo e acompanhar melhor todo o processo. A obra será distribuída gratuitamente em eventos, dos quais se destaca, naturalmente, o Festival da Sardinha.

A Confraria pretende, também, desenvolver iniciativas de âmbito social, com a realização ou participação em eventos de angariação de fundos que revertam para IPSS ou projetos de cariz social do concelho.

Igualmente se propõe aprofundar e dar a conhecer o que de inovador se faz no estudo da Sardinha (não só no Algarve) e criar novos produtos que integrem a sardinha na sua confeção, numa lógica de “inovação na tradição.”

Para levar o seu projeto a bom porto, a equipa vai, a curto prazo, apresentar o seu site e começar a marcar presença nas redes sociais, que são, hoje em dia, ferramentas essenciais para passar qualquer tipo de mensagem. A produção do ‘hino’ da Confraria é outra das tarefas que estão na lista de prioridades.

Naturalmente que o grupo não ficará limitado aos 17 fundadores. Já no próximo mês de outubro será realizada uma Assembleia Geral em que esses confrades apresentarão e sujeitarão a votação nomes de pessoas, instituições ou associações. As que ganharem o direito a entrar farão parte do lote de novos membros que serão entronizados numa cerimónia que decorrerá em agosto de 2023, na abertura do Festival da Sardinha.

Os símbolos da Confraria

O logotipo da Confraria, que foi criado por João Sena, consiste “numa sardinha de traço simples facilmente identificável e moderna, como desejamos que seja esta Confraria”, diz Júlio Ferreira. Apresenta, também, a designação ‘Confraria da Sardinha – Portimão’ e a insígnia da Confraria.

A conceção do traje foi, igualmente, da autoria deste artista plástico, neste caso, em parceria com a estilista Sandra Gonçalves. É composto por: boné, de cor azul marinho, inspirado no modelo usado nesta zona litoral e capa de cor azul marinho, com sobrecapa na mesma cor, ambos forrados com tecido de tom prata, que remetem ao mar e à cor da sardinha. Contém também uma rede de malha de pesca na sobrecapa alusiva a esta atividade.

A capa tem uma gola de padre em cujas extremidades foram colocados um botão em madeira (contraplacado marítimo), com o formato de um flutuador de pesca. As duas extremidades unem-se através de um cabo que forma um nó de marinheiro. Aos confrades fundadores corresponde o cabo com nó de marinheiro vermelho e aos restantes confrades corresponde o cabo com nó de marinheiro verde. O vermelho e o verde representam o bombordo e o estibordo respetivamente, para quem navega. Júlio Ferreira diz que “as escolhas feitas para a elaboração do traje marcam uma herança histórica e uma tradição enraizadas na cultura de Portimão”.

(Esta reportagem também pode ser lida na edição impressa do Portimão Jornal ou, online, aqui)

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