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Esta câmara comprou herdade onde existem lontras e importantes vestígios arqueológicos

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A Herdade da Boca do Rio foi adquirida pela Câmara Municipal de Vila do Bispo, através do exercício do direito de preferência, pelo valor de 990 mil euros. Trata-se de uma zona de grande valor ambiental e arqueológico, junto ao mar, na freguesia de Budens.

A autarquia diz que com a aquisição deste imóvel, com mais de 128 hectares, à sociedade “BDR – Investimentos, LDA.” pretende “zelar, preservar, conservar e valorizar o seu território salvaguardando a sua biodiversidade, os ecossistemas, o património geológico, arqueológico, histórico, cultural e paisagístico”.

O terreno integra a área do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e a rede Natura 2000, onde está classificado como Zona Especial de Conservação e Zona de Proteção Especial. apresenta uma elevada biodiversidade, tanto a nível da flora como da fauna, alguma ainda em estado selvagem.

“A parte baixa, situa-se num vale húmido onde confluem três ribeiras, a de Vale Barão, de Vale de Boi e Budens, que se unem e vão desaguar no estuário da Praia da Boca do Rio, criando uma zona conhecida por “Paul da Lontreira”, por constituir um habitat de lontras, animais marinhos que procuram lugares de água limpa para se poderem desenvolver”, refere a edilidade.

E acrescenta que a praia da Boca do Rio, com “138 metros, de areia dourada, de águas calmas, com baixa probabilidade de poluição é muito frequentada por residentes e veraneantes, uma vez que detém bons acessos e parque de estacionamento”.

Trata-se assim, frisa a edilidade, de “uma área protegida em estado natural, onde é imperativo preservar e conservar os seus habitats”.

Além disso, na Boca do Rio encontram-se “fortes vestígios arqueológicos”. Existe uma “villa lusitano-romana que, atendendo aos materiais recolhidos, a sua ocupação enquadra-se entre o século I d.C. e as primeiras décadas do século V d.C., sendo a sua fase de maior crescimento em torno do século III d.C.”.

Toda a Estação Arqueológica do local “é conhecida desde o século XVIII, tendo sido ao longo dos séculos, alvo de várias intervenções arqueológicas”.

A edilidade frisa ainda que, desde finais de 2003, com o apoio da câmara e o envolvimento de várias entidades e Universidades, têm sido efetuadas “escavações, trabalhos de limpeza, de diagnóstico, recolha de materiais diversos e proteção das ruínas, tendo em atenção a proximidade do mar, no sentido da salvaguarda e valorização do Património Cultural/Histórico-Arqueológico, daquela zona”.

Conjuntamente com a Herdade da Boca do Rio, a autarquia comprou também, através do exercício do direito de preferência, um prédio rustico, situado em Zimbral, com 8080 metros quadrados, pelo valor de 100 mil euros. Assim, a aquisição destes dois imóveis representou um investimento total de 1.090.000 euros.

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