Chef de restaurantes de luxo faz refeições para a população carenciada

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Entre os diversos voluntários que ajudam a Associação Cultural e Recreativa Alvorense 1º de Dezembro a levar a bom porto a sua missão tem estado um muito especial, o chef Ricardo Luz Silva.  

Trata-se de um profissional que, em 2019, venceu o concurso Chefe Cozinheiro do Ano e que, como subchefe do restaurante Bon Bon, manteve, no ano passado, uma estrela Michelin. 

Trata-se, portanto, de alguém conotado com a chamada cozinha de luxo, que agora coloca a sua experiência, saber e talento ao serviço de uma instituição de apoio social.

Ricardo Luz Silva diz que “sempre gostei de fazer voluntariado e, como estou a viver em Portimão, disponibilizei-me junto da Câmara para ajudar, indicaram-me a ACRA e aqui estou com muita alegria, a dar o meu contributo”.

O seu objetivo é renovar as ementas, de maneira a que seja possível “tirar o máximo partido possível dos produtos que temos disponíveis, de forma a não haver desperdícios”. E, ao mesmo tempo, confecionar pratos saudáveis, apetitosos e bem apresentados, pois “toda a gente merece saborear uma boa refeição”. 

Desde que os produtos tenham qualidade “não é preciso lavagante e caviar para fazer uma refeição de excelência, é perfeitamente possível conseguir isso com, por exemplo, sardinha e cavala”, defende Ricardo Luz Silva.

Com 32 anos de idade, passou por alguns dos restaurantes e empreendimentos mais conhecidos do país, como, entre outros, o Vila Vita, o Tavares Rico, o Penha Longa ou Bon Bon. O novo desafio é o Palmares Ocean Living & Golf, em Lagos.

Natural de Lisboa, desde os 15 anos de idade que está ligado a esta atividade. Por essa altura resolveu ir tirar um curso de pastelaria, ganhou o gosto pela cozinha e, hoje, confessa que “não me vejo a fazer outra coisa”.

Há já bastantes anos que desenvolve o seu trabalho no Algarve, uma região que confessa adorar, pois para além da beleza das suas paisagens e praias, conta com muitos e bons produtos gastronómicos – desde o peixe e marisco, passando pelos produtos agrícolas – que são o sonho de qualquer bom profissional de cozinha.

Mais do que o dinheiro, diz que o que verdadeiramente o motiva é aprender com os melhores. Tal como outros colegas “podia ter dado um salto profissional bem mais cedo, chegado a chef logo aos 24 ou 25 anos, mas preferi subir passo a passo, com solidez e apreendendo cada vez mais, de preferência integrado em boas equipas, como, felizmente, tem acontecido”. 

Na sua opinião, na cozinha, a técnica é muito importante, mas a imaginação também. E convém que se tenha os pés bem assentes no chão, há que definir um orçamento e cumpri-lo porque ganhar prémios e estrelas sabe sempre bem, mas há que não esquecer que um restaurante é um negócio e que, no final de cada mês, há muitas contas para pagar. 

Um chef não se deve abstrair dessa realidade, focando-se apenas na parte ‘artística’, em busca de galardões.

E, sobretudo, há que ter consciência que “os melhores prémios são os nossos clientes que nos dão todos os dias e é em prestar-lhes o melhor serviço possível que devemos estar concentrados”. 

Se, depois, “em resultado do bom trabalho, os prémios aparecerem, melhor ainda”, conclui.

(Reportagem originalmente publicada no Portimão Jornal, que pode ler na edição impressa ou online, aqui)

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