“Posição de força” pela recuperação do Convento de S. Francisco
“Já chega de brincar com Portimão”. A frase foi proferida pela presidente da Câmara local, Isilda Gomes, no decorrer da última sessão da Assembleia Municipal, referindo-se à inacção dos proprietários do Convento de S. Francisco. A autarca anunciou ir tomar “uma posição de força” por estar farta de ver cair este monumento nacional aos pedaços.
Em posteriores declarações ao Algarve Marafado, Isilda Gomes disse que os proprietários “têm que tomar uma decisão definitiva” e, caso isso não aconteça, assume a opção de avançar com “todas as acções legais possíveis”, embora se tenha escusado a revelar, em concreto, que tipo de iniciativas serão essas.
Isso mesmo deverá comunicar pessoalmente aos donos daquele imóvel histórico, numa reunião que deverá acontecer muito em breve. Até agora, já ocorreram encontros com outros membros do executivo, mas como “o projecto não anda para a frente nem para trás”, tenciona agora envolver-se pessoalmente no processo.
Esta não é a primeira vez que a Câmara de Portimão manifesta ir tomar uma posição para evitar que, um dia destes, o Convento desapareça de vez. Já em 2008 foi anunciado pelo executivo, na altura liderado por Manuel da Luz, que o monumento iria ser expropriado e nele instalado um Centro de Investigação e Formação Avançada em Turismo.
A promessa não se concretizou e, no início de 2013, um grupo de cidadãos constituiu um movimento que exigia uma urgente intervenção do Convento. A Câmara veio manifestar apoio a tal pretensão, mas, ao mesmo tempo, anunciava que a legislação não lhe permitia intervir no Convento. Também revelava que as negociações com os donos tinham fracassado, por exigirem, para a sua venda, uma verba que a autarquia considerava exorbitante.
Fundado em 1530, o Convento de S. Francisco foi classificado como Imóvel de Interesse Público em 1993.
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