Adelino Soares contesta critérios que levaram Vila do Bispo a ser considerado concelho de risco elevado
Adelino Soares contesta os critérios definidos pelo Governo que levaram a que Vila do Bispo fosse colocado na lista dos concelhos de risco elevado de propagação da pandemia.
A regra definida é que fiquem nessa lista os concelhos que, no período de 14 dias, tenham mais de 240 casos por 100 mil habitantes. Só que na contabilidade do número de casos entram residentes e não residentes, enquanto que depois, para se determinar se o concelho fica ou não na lista apenas é contabilizada a população residente, ficando de lado a não residente.
Ora, diz o autarca, isso “desvirtua aquilo que é a realidade de Vila do Bispo”, que tem um reduzido número de residentes, mas um grande fluxo de visitantes. No limite, prossegue o autarca, “podemos chegar ao absurdo de termos mais gente infetada do que população residente”.
No somatório dos 14 dias considerados pelo Governo para tomar a decisão, Vila do Bispo contava com “uma taxa de incidência de 426,9 (a mais elevada da região do Algarve), por terem sido considerados, pela Direção Geral de Saúde (DGS), 21 novos casos Covid-19 no nosso concelho (12 residentes e 9 não residentes), mais 9 casos do que o valor limite”. Isso significa que, “se não fossem contabilizados os não residentes teríamos ficado fora da lista dos concelhos de elevado risco”.
Incluir os não residentes poderá fazer com que o concelho fique na lista durante muito tempo, prossegue Adelino Soares, que defende que o regime de exceção seja aplicado a concelhos como o seu, que são “territórios de baixa densidade, destino de férias ou trânsito ocasional de pessoas sem qualquer tipo de rastreio à entrada no concelho”. O autarca não considera justo que lhes sejam imputados os casos positivos relativos a não residentes/turistas, por não se tratar de contágios na comunidade.
Em face disso, já manifestou “o nosso desagrado e respetiva fundamentação” ao secretário de Estado da Descentralização e da Administração Local, membro do Governo que assume funções de coordenador regional do combate à Covid-19, seguindo-se uma comunicação à ministra da Saúde, para que “esta situação seja revertida”.