Obras na futura sede da Junta de Portimão já podem avançar

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(Texto originalmente publicado no Portimão Jornal, que pode ler na versão impressa ou online aqui)

Estão criadas as condições para o arranque da empreitada de adaptação de um edifício na nova sede da junta de Portimão, estando já a decorrer operações de limpeza e preparação da obra. O presidente da autarquia, Álvaro Bila, diz esperar que “a intervenção fique concluída no prazo de um ano”.

Isso significará que o imóvel em causa vai, de alguma forma, ‘regressar ao passado’ pois, em tempos, já funcionou como sede da junta. Ali também já estiveram instalados os correios, a Casa da Nossa Senhora da Conceição, a biblioteca, uma escola primária e até o polo local da Universidade do Algarve. Quase se pode, pois, dizer que se trata de um edifício que, tal como os gatos, parece ter ‘sete vidas’.

A obra, que foi entregue através de concurso público no sistema de conceção/construção, vai custar 1,2 milhões de euros, verba que há bastante tempo a autarquia tem disponível. Pelo facto de se encontrar numa zona de grande sensibilidade, já se realizaram no seu interior, escavações arqueológicas. Foram encontrados alguns vestígios, que, diz o autarca, “fazemos questão de preservar e expor para que possam ser apreciados por quem se deslocar àquelas instalações”.

Quando a empreitada estiver concluída, a atual sede da junta fica disponível para outras funções. O seu destino parece ainda não estar decidido, embora haja “ideias para o imóvel”, diz Álvaro Bila, que adianta ir “seguramente ser mais edifício âncora do centro da cidade”.

Pobreza envergonhada tem vindo a aumentar

Para além desta obra, a grande prioridade da equipa que lidera é prestar o máximo possível de apoio social à população carenciada, em especial nesta época pandémica que coloca desafios únicos. Logo em março, a Junta de Portimão resolveu avançar com um serviço de apoio às pessoas com mais de 65 anos ou doentes, que depois seria adotado por muitas outras autarquias.

Para que estes cidadãos mais vulneráveis não tivessem de sair de casa, foram constituídas equipas que compram os medicamentos e alimentos de que necessitam. Daí para cá “nunca mais parámos com este serviço e acho que mesmo depois do vírus desaparecer, vamos mantê-lo porque constatámos que há pessoas que continuarão a precisar dele”.

A nível social, o autarca destaca, também, a colaboração que mantém com o Banco Alimentar para a distribuição e entrega de alimentos. Álvaro Bila diz que, com a pandemia, as necessidades sociais aumentaram bastante. Sinal disso mesmo é que o refeitório social que “inaugurámos em 2013 e ao qual acorriam, no máximo, 400 pessoas, agora é frequentado por mais de 900”.Mas mais grave ainda é que há muitas famílias que têm necessidade deste tipo de apoio básico e, por vergonha não o pedem. Através de “amigos e associações vamos tendo conhecimento de algumas dessas necessidades e tentando ajudá-las”, adianta o autarca.

O pior ainda pode estar para vir

A diminuição da atividade económica, numa região e num concelho que vive essencialmente do turismo tem sido responsável pelo aumento da pobreza, refere o autarca. Trata-se de uma situação que terá tendência a aumentar pois “muita gente que dependia do Verão para organizar financeiramente a sua vida acabou por não encontrar emprego ou por trabalhar menos do que era habitual”.

Com o Verão pelas costas e a situação pandémica a não dar tréguas, Álvaro Bila receia que “o pior ainda esteja para vir”, pelo que vai manter e, se possível, reforçar o apoio que, a este nível, a autarquia tem vindo a prestar. Para que isso seja possível destaca “o empenho, a motivação e o espírito de sacrifício que os nossos funcionários sempre têm demonstrado, indo muito para além do que seria exigível”.

Nesta altura, a Junta conta com 14 trabalhadores, mas com o acréscimo das solicitações e pelo facto de um se ter reformado, vai ser necessário admitir mais duas pessoas, através de um concurso de recrutamento que está a decorrer. Apesar de todos os problemas e limitações que a pandemia trouxe, Álvaro Bila considera que “temos de desenvolver a nossa atividade dentro da normalidade possível”. Foi para dar esse sinal, que a Junta resolveu não cancelar o Festival de Acordeão João César, tendo acabado por realizá-lo no Teatro Municipal, “com o cumprimento de todas as condições determinadas pela Direção-Geral da Saúde para este tipo de eventos”.

Podia estar no Parlamento, se quisesse

Para além de autarca, Álvaro Bila é também presidente da Direção dos Bombeiros, está ligado aos Escutas e faz parte do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses. Garante que o seu foco principal “é o trabalho na Junta”, que lhe consome a parte de ‘leão’ do seu tempo.

“Nos Bombeiros de Portimão temos uma excelente equipa, em que cada um sabe perfeitamente o que tem a fazer e conseguimos coordenarmo-nos perfeitamente”, salienta. No que diz respeito às suas funções a nível nacional, na Liga dos Bombeiros Portugueses, “hoje em dia quase todas as reuniões são online”, pelo que não lhe ocupam muito tempo.

Mas, como apesar de tudo, as 24 horas que cada dia tem não são elásticas, teve de colocar de lado “uma atividade que me dava grande gozo que era a de, na qualidade de chefe dos Escutas, ir acampar”. Continua a colaborar com o movimento, mas agora como instrutor, o que não lhe consome tanto tempo.

Nos meios políticos locais tem-se falado da possibilidade de Álvaro Bila dar o ‘salto’ para a Câmara. O autarca ‘chuta para canto’ e diz gostar genuinamente do “trabalho de proximidade” que é possível fazer na Junta com a equipa que aí tem. Quanto a outros possíveis voos, refere que “se quisesse poderia estar hoje na Assembleia da República” para demonstrar que não é a ambição política que o move.

(Texto originalmente publicado no Portimão Jornal, que pode ler na versão impressa ou online aqui)

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