Quase apanhada pelo incêndio

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Leia também a 1ª parte da reportagem: Margarida Costa – Uma mulher que fez o ‘estágio’ de bombeira ainda na barriga da mãe

O combate a incêndios florestais é uma das missões mais conhecidas do trabalho dos bombeiros e Margarida Costa, enquanto chefe de equipas, participou em vários de grandes dimensões.

Fazendo a comparação entre a forma como a luta contra o fogo era feita na altura e hoje, diz que “não tem nada a ver”. Há uns anos, o voluntarismo e a coragem individual e coletiva sobrepunham-se à organização e coordenação geral. Hoje, “os meios técnicos, logísticos e organizacionais são muito superiores”.

Até ao nível do apoio alimentar as coisas eram muito diferentes nos seus primeiros tempos. A comida “era feita numas panelas muito grandes que íamos pedir aos hotéis, depois era transportada para o terreno e os bombeiros que conseguiam vir comer, vinham, os que estavam um pouco mais longe não o conseguiam fazer e passavam fome”.

Há cerca de 15 anos, na zona de Monchique, viveu uma das situações mais perigosas da sua vida. À frente de um grupo de combate a incêndios, encontrava-se “numa zona em que, de repente, o fogo apareceu, vindo pelas copas das árvores”.

Só teve tempo de gritar para o motorista da viatura, que se encontrava a uma distância considerável, que fugisse, e ela e mais dois bombeiros seguiram noutra direção, por terrenos que já tinham sido ‘visitados’ pelas chamas.

Acabaram por chegar a uma casa que tinha uma piscina, onde se refugiaram durante cerca de três horas. Depois de verem que o pior já tinha passado, “viemos a pé até à estrada principal, numa altura em que, soubemos depois, as televisões já tinham dado o alerta de que estávamos desaparecidos”. Confessa ter sido “um grande susto” que, de alguma forma, acabou por ser compensado quando se juntaram aos restantes bombeiros, “graças aos abraços e à alegria do reencontro”.

Em 2016 esteve na frente de combate a outro grande incêndio que deflagrou no concelho de Monchique e que galgou muitos quilómetros de terrenos dos concelhos vizinhos, tendo por vezes, parecido ser impossível travá-lo.

Margarida Costa foi destacada para a zona da Senhora do Verde. Recorda-se de “ter ido para lá no carro dos sapadores, que é mais pequeno do que os outros, e, curiosamente, com exceção do condutor, todos os elementos da equipa eram mulheres”.

ONDA DE SOLIDARIEDADE

Também acompanhou as operações de combate ao grande fogo de 2018, mas, desta vez, a partir do quartel, a coordenar a logística. Tinha a seu cargo a responsabilidade de que não faltasse comida aos mais de uma centena de operacionais que se encontravam no terreno.

Nesses dias testemunhou a grande generosidade dos portimonenses, que desenvolveram uma forte onda de solidariedade para com os bombeiros.

Estavam sempre a aparecer muitas pessoas que faziam questão de entregar alguma coisa, para dessa forma, também ajudarem, de forma indireta, na guerra às chamas.

Em muitos casos, os produtos que levavam até não eram os mais necessários naquela fase, mas acabavam por aceitá-los, pois “as pessoas ficavam sentidas e quase ofendidas se não o fizéssemos”. Ao fim de alguns dias, começaram a anunciar, através das rádios locais e das redes sociais, o material ou o tipo de alimentos que eram necessários e logo eles apareciam em abundância.

No final, sobrou muita coisa, que acabou por ser doada a instituições de solidariedade.

(Texto originalmente publicado no Portimão Jornal, que pode ler na versão impressa ou online aqui)

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