Cultura

Boa Esperança: Do palco para o cinema

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(Segunda parte de uma reportagem que também pode ser lida na edição impressa do Portimão Jornal ou online, aquiPode ler a primeira parte parte aqui)

A comédia que o Boa Esperança lançou em 2020, a ‘Marafada Quarentena’, está em vias de ser convertida em filme. A peça nasceu de um convite da presidente da Câmara, Isilda Gomes, que queria uma produção local para se manter durante o Verão no grande auditório do Teatro Municipal de Portimão (TEMPO).

Carlos Pacheco revela que a ideia da autarca era que o grupo apresentasse uma revista, mas, depois de fazer contas à vida, e por saber que, devido à pandemia, apenas metade dos lugares poderiam ser ocupados, “acabei por lhe propor a produção de uma comédia, que tem menos custos”.

Mas havia uma condição associada, “que ela fizesse uma pequena participação em vídeo”, o que mereceu resposta positiva, depois de “se fartar de rir com a proposta”.

A comédia “acabou por suplantar as nossas expectativas, a vários níveis”. Por um lado permitiu que “nos mantivéssemos em atividade numa altura em que quase todo o país teve de parar, pelo menos durante alguns meses, e tivemos, todos os dias, o número máximo de espetadores que o espaço podia levar”. Outro aspeto positivo desta aventura foi o “termos levado a que muita gente ‘descobrisse’ o TEMPO, pois nunca lá tinham entrado”.

Após a realização de uma pequena digressão, alguém referiu que o argumento da peça era ideal para um filme, até como forma de documentar, de uma forma bem- disposta, um dos períodos mais complicados pelo qual o mundo passou.

Carlos Pacheco começou, então, a contactar profissionais ligados a essa área, para saber de que forma a sugestão teria ‘pernas para andar’. Depois de obter algumas informações básicas, foi bater à porta de várias produtoras e conseguiu que uma se chegasse à frente.

O que está previsto é que “o filme seja gravado nos concelhos de Portimão e Lagoa e que os atores do Boa Esperança tenham papéis centrais, embora também sejam incluídos no elenco atores bem conhecidos do grande público, que vão atrair mais gente às bilheteiras”.

O processo tem-se revelado bastante trabalhoso, com um elevado número de reuniões e contactos, “nunca pensei que para fazer um filme fosse necessária tanta gente e meios”, confessa Carlos Pacheco.

Nesta altura, o guião já está adaptado para a linguagem cinematográfica, está definido o elenco, os locais onde vão gravar, vai ser apresentada candidatura de financiamento ao Instituto do Cinema e do Audiovisual e o ator portimonense considera que tudo está bem encaminhado para que a peça seja transformada em filme.

‘Eu é que sou o presidente’

Para além de ator, encenador e responsável pelos textos que o Boa Esperança apresenta, Carlos Pacheco é, também, presidente da coletividade. O responsável por dar esse passo foi, também, o malogrado Ilídio Poucochinho que, “quando soube que os dirigentes de então estavam a pensar fechar a secção de teatro, resolveu apresentar uma lista para os órgãos sociais”.

Era de esperar que se apresentasse como candidato a presidente de direção, mas “insistiu que fosse eu, enquanto ele se candidatou à Mesa da Assembleia Geral”

Daí para cá tem-se mantido como dirigente e procurado melhorar, cada vez mais e à medida das possibilidades, as condições da associação.
Um dos seus objetivos é aumentar as instalações, com a recuperação e reabilitação dos imóveis situados junto à atual sede.

As obras tinham começado antes da pandemia, “na altura já tínhamos recuperado o rés-de-chão, o que custou cerca de 270 mil euros”, mas a entrada em cena da Covid-19 veio colocar um travão nas suas ambições.

O processo volta, agora, a avançar com uma intervenção, em três fases, na parte superior do edifício, o que, pelas contas de Carlos Pacheco, deverá implicar mais um investimento vultuoso, de “entre 150 a 200 mil euros”.

Uma parte substancial da verba é assumida pelo Boa Esperança, graças ao lucro que tem retirado de eventos realizados, das revistas e da participação no Festival da Sardinha, esperando o dirigente associativo que também haja um contributo da Câmara.

Uma vez concluída a obra, ficará com uma sala multiusos, que permitirá ao Boa Esperança voltar a receber atividades nas quais em tempos já se envolveu e, eventualmente, outras novas. Para já, na lista dos dirigentes da coletividade está o retomar da escola de teatro, escola de fado, danças de salão e hip-hop, entre outras.

(Segunda parte de uma reportagem que também pode ser lida na edição impressa do Portimão Jornal ou online, aquiPode ler a primeira parte parte aqui)

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