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O desejado para Portimão

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O portimonense Carlos Martins, na sua condição de presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, deu uma entrevista ao jornal Público, que, nas redes sociais, foi muito partilhada e elogiada por pessoas ligadas ao PSD. Logo a seguir, no seu espaço de opinião, Miguel Esteves Cardoso elogiou a entrevista e também teve direito a um elevado número de partilhas feitas pelos social-democratas do concelho.

Juntando este a outros indícios do género que têm surgido nos últimos tempos, mais conversas de bastidores políticos e até algumas intervenções na Assembleia Municipal de Portimão, fico com a convicção de que, se depender de quem, actualmente, manda no PSD/Portimão, Carlos Martins será candidato à presidência da Câmara de Portimão, nas próximas autárquicas.

Resta saber se, desta vez, o desejo se transforma em realidade, até porque não há praticamente período eleitoral ou pré-eleitoral em que não surja o nome de Carlos Martins, que, recorde-se, já foi candidato ao cargo em 1989, 1993 e 1997.

Obviamente, que só deverá dar o sim se entender haver condições que lhe permitam lutar pela vitória. Tendo em conta o historial, muito dificilmente o PSD sozinho conseguirá lá chegar, pelo que se impõe uma candidatura abrangente, que inclua o CDS e o movimento que liderou e que dá pelo nome de ‘Servir Portimão’.

Estou convencido que esta força política está inclinada a fazer avançar como candidato o seu actual vereador, José Pedro Caçorino, que é também líder da distrital do CDS. Até porque, nas últimas eleições, teve mais votos do que o PSD, haverá a tendência para, mesmo em coligação, ser ele a sua primeira escolha. Mas também me parece que, se o CDS verificar que o nome indicado pelo PSD é forte e dá boas garantias, não o inviabilizará.

Do outro lado, vão encontrar uma Isilda Gomes em muito melhor posição do que estava nas últimas eleições.

Com a aprovação do Fundo de Apoio Municipal (FAM) ganhou alívio financeiro que lhe vai permitir ter, segundo diz, 6 milhões para fazer obra. Com esse dinheiro, vai ser possível tapar muitos buracos de ruas e estradas, arranjar espaços públicos e iniciar algumas obras emblemáticas, como a gare rodoviária e o cemitério. Tendo em conta o sufoco que até agora se vivia na Câmara e as baixas expectativas que, por esse motivo, as pessoas tinham, acho que ninguém lhe exige muito mais.

Portanto, em condições normais, parece-me que o PS vai chegar forte às eleições. Para PSD e CDS – se resolverem ir juntos – aspirarem a ter hipóteses precisam, para além de bons candidatos, de causas e de um projecto realista, mas forte e mobilizador, que deixe o dos socialistas a milhas de distância. Sem isso, é indiferente que o candidato a substituir Isilda Gomes seja Carlos Martins, José Pedro Caçorino ou qualquer outro.

 

(Opinião, Jorge Eusébio)

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