ACRAL contra fusão da Unicre e SIBS
A Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL) manifesta-se contra a eventual fusão da Unicre (rede de cartões bancários) com a SIBS (dona do Multibanco), situação que “poderá ter como consequência o aumento das taxas cobradas aos comerciantes pela utilização de terminais de pagamento” e distorcer ainda mais a concorrência entre o comércio de proximidade e os grandes retalhistas.
O presidente ACRAL, Álvaro Viegas, lembra que “a taxa cobrada pela utilização de terminais de pagamento variam, em média, entre 1 e 2% da transacção, acrescido dos custos de comunicação e de instalação dos equipamentos”. Trata-se de “uma factura pesada, avaliada em 68 milhões de euros anuais só nos sectores da restauração e bebidas”.
No caso dos cartões de crédito, acrescenta o dirigente associativo, “o custo de adesão pode chegar aos 1.500 euros e a taxa varia, por um lado, em função da facturação da empresa, mas sobretudo em função da sua capacidade negocial, medida, naturalmente, pelo respectivo volume de negócios”.
A junção dos dois mercados de meios de pagamentos — débito e crédito —, continua Álvaro Viegas, “criaria um monopólio no sector, livre de ditar as regras do mercado, com a previsível subida da Taxa do Serviço do Comerciante e o aumento do fosso existente entre as margens praticadas pelos operadores para os grandes retalhistas e as praticadas para os pequenos”.
Por tudo isto, conclui o presidente da ACRAL, “a Autoridade da Concorrência tem de travar esta operação de concentração”.
A operadora de pagamentos SIBS avançou, em Setembro do ano passado, com uma proposta para comprar a Unicre, negócio de pagamento com cartões bancários presente em mais de 50 mil estabelecimentos, o que, segundo notícias surgidas na imprensa, estará a ser investigado pela autoridade de concorrência do sector.
Leia também:
Inscrições abertas para concurso de fado de Vila do Bispo






