Chumbo de projecto sobre a Ria Formosa abre guerra à esquerda
O deputado comunista eleito pelo Algarve, Paulo Sá, acusa o PS de ter “uma atitude ziguezagueante”, a qual “é motivo de profunda preocupação”. Em causa está a abstenção dos deputados socialistas na votação do projecto de resolução do PCP que propunha a o fim das demolições nas ilhas-barreira da Ria Formosa. Como PSD e CDS votaram contra, a proposta foi chumbada.
Para Paulo Sá esta atitude do PS revela que aquele partido mantém o “objectivo de proceder à demolição das habitações das ilhas-barreira da Ria Formosa e expulsar as comunidades locais deste espaço para, posteriormente, o entregar aos grandes interesses privados”.
O deputado mostra-se revoltado por esta posição, uma vez que em Abril do ano passado, os socialistas havia votado favoravelmente um outro projecto de resolução do PCP, o qual “na sua parte resolutiva, é exactamente igual àquele que foi votado hoje”.
Os socialistas preferiram aprovar o seu próprio projecto, o qual recomenda ao Governo que «adopte uma postura firme de reposição da legalidade e combate às construções comprovadamente não autorizadas em domínio público marítimo, intervindo prioritariamente nas zonas de maior risco, assegurando o direito à primeira habitação e o realojamento de pescadores, mariscadores e viveiristas em função de um plano devidamente calendarizado e com responsabilidades e fontes de financiamento claras». Para Paulo Sá, este parágrafo do documento “abre a porta à continuação das demolições iniciadas pelo anterior Governo PSD/CDS, o qual mereceu, naturalmente, o voto contra do PCP”.
Em face destes desenvolvimentos, o deputado comunista “apela à continuação da luta das comunidades dos núcleos da Culatra, Hangares, Farol e Praia de Faro”, a qual terá o apoio do seu partido.
Afinal, o PS quer mesmo continuar as demolições nas ilhas algarvias?
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