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Processo de exploração de petróleo no Algarve “é irreversível”

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De passagem pela Feira do Livro de Portimão, José Mendes Bota disse achar “piada” que haja hoje tantos políticos “todos os dias, por aí, a darem entrevistas contra o petróleo”. Muitos deles, acusa, deixaram-no a “falar sozinho”, ao longo de dezenas de anos, quando levantava a sua voz contra a possibilidade de vir a ser explorado petróleo no Algarve.

Lembra que foi no distante ano de 1986 que “apresentei o primeiro requerimento” sobre o assunto. Para além disso, “fiz uma queixa em Bruxelas contra o Governo português e escrevi imensos artigos sobre isso”. Recomenda que se vá buscar os jornais da época, não só para ler os seus textos, mas também “os daqueles políticos que, na altura, que me atacavam a mim por eu atacar o petróleo”.

E pergunta: “onde é que estavam os Verdes, onde é que estava o Partido Comunista, onde é que estava o Bloco de Esquerda, onde é que estava o PS nesses anos em que ainda íamos a tempo de evitar que os contratos fossem assinados?”

O antigo deputado reivindica para si os louros de, com a sua acção, ter impedido os governos de José Sócrates de “assinarem os contratos que estavam preparados há vários anos”. E foi mais tarde, “com muita pena, que vi o Governo do meu próprio partido assinar os contratos com as petrolíferas”.

A partir daí, “encerrei a minha luta” por considerar que é um processo “irreversível”, pois em causa está “muito dinheiro”. Por essa razão, não acredita que haja um governo que tenha coragem de os rasgar.

Para além da falta de visão de muitos políticos, entende que uma das razões pelas quais o Algarve foi derrotado nesta como noutras lutas é o facto da região “não ter uma voz” que por ela fale. A nível político, “ninguém sabe se a AMAL [Comunidade Intermunicipal do Algarve] representa alguma coisa ou não, as associações empresariais estão divididas, os sindicatos têm cada um a sua central …”

A solução passava, na sua opinião, pela implantação da regionalização, que levaria a que os algarvios votassem em alguém que apresentasse um programa regional e, dessa forma, se assumisse como representante e porta-voz do Algarve e dos algarvios. Mas também não vê hipóteses de a regionalização vir, alguma vez,  a ser uma realidade por não interessar aos principais partidos e ao poder central de Lisboa.

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