A privacidade morreu, paz à sua alma
Veja aqui todas as fotos do dia
Uma pessoa liga o computador, manda uns quantos e-mails, visita uma dúzia de sites e todo esse movimento fica registado algures na internet.
Depois, agarra no smartphone, faz algumas chamadas e no final do mês recebe a respetiva listagem, a qual fica guardada para memória futura.
O pacato cidadão mete-se, então, no carro e o gps grava todo o percurso feito. No início de cada mês, inclusivamente, o Google Maps até tem a lata de me mandar o registo completo, dia a dia, dos locais onde estive.
Entramos numa grande superfície e os nossos passos são vigiados por seguranças e câmaras de videovigilância. Escolhemos o que queremos, passamos na caixa e pagamos com cartão, o que faz com que fique registado tudo o que compramos.
Ao voltar a casa, ligamos de novo o computador e, se estiver naquela altura do ano de preparar o material para o IRS, vamos ao portal das finanças e constatámos que o fisco tem na sua posse praticamente todo o nosso historial financeiro.
Mas, como pode ter ainda sobrado qualquer coisinha da nossa vida que não tenha sido gravada, arquivada e seja só do nosso conhecimento, vamos, então, ao Facebook e, alegremente, tornamos pública mais essa informação.
Não sei porque carga de água ainda mantêm nos dicionários a palavra privacidade.
(J.E.)
LEIA TAMBÉM:
É o que dá uma pessoa não tirar férias há longos anos…
Vai conduzir? Cuidado com os drones
Quando é que a rotunda dá vinho?